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Bolsonaro e Educação

O programa de governo de Bolsonaro trata muito pouco sobre a questão da educação. A principal afirmação do programa é se posicionar contra uma inexistente “sexualização e doutrinação” nas escolas, o que já foi desmentido quando a justiça obrigou o candidato a retirar do ar uma série de fake news sobre um mentiroso “kit gay”. Fala de investir principalmente na criação de parceria público-privadas que irá retirar pouco a pouco o investimento público na educação, aumentará a precarização e servirá de justificativa para a privatização total da educação pública.

Conforme matéria divulgada pelo Estadão, no dia 22 de outubro, a equipe de Bolsonaro que “pensa” a questão da educação, quer instituir a cobrança de mensalidades no ensino superior público. Cabe ressaltar que de acordo com o artigo 206 da Constituição Brasileira a gratuidade é um dos princípios da educação pública. Além disso, ainda de acordo com a matéria do O Estadão, Bolsonaro quer acabar com a autonomia que as universidades têm de escolher o próprio reitor. Atualmente, o presidente apenas avaliza a eleição do mais votado dentro de uma lista tríplice. A equipe do candidato do PSL quer que o presidente da república tenha total liberdade de escolha de reitorados, baseado em vagos conceitos de experiência em “gestão” e “administração”. Trocando em miúdos, querem que os reitores das universidades federais sejam completamente coniventes com o governo.

Além disso, voltando ao ensino básico, Bolsonaro pretende aumentar o ensino de matemática, ciências e português, e não cita em momento nenhum o incentivo ao ensino das ciências humanas, estando completamente de acordo com a Reforma do Ensino Médio, que retira as humanidades da grade curricular obrigatória. Por fim, o plano de Bolsonaro é ampliar a educação à distância também para o ensino básico. O candidato não entende coisas simples, como o fato de que há um número gigantesco de crianças cuja primeira refeição no dia é a merenda escolar e que a escola é um importante espaço de sociabilidade infantil e juvenil, onde a criança e adolescente aprendem a manter relações interpessoais.


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