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Avanço do fascismo, luta parlamentar e luta nas ruas

As eleições burguesas deste ano colocaram o País à beira do fascismo. A ascensão da extrema-direita, representada pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL), se deu por um conjunto de fatores. Eles vão desde a campanha férrea contra o Partido dos Trabalhadores, encabeçado pela imprensa burguesa, em especial a Rede Globo, que nos últimos quatro anos vem trabalhando sistematicamente para “queimar” as lideranças do PT; até o grande pacto nacional de todos os setores da burguesia, “com o Supremo, com tudo”, que culminou no golpe de Estado de 2016 e na prisão política do ex-presidente Lula.

O processo eleitoral, sem exceção, é uma fraude. À população é dada apenas a falsa ideia de poder de escolha, quando, na verdade, os acordos “por cima” são o fator determinante. O impeachment da presidenta Dilma, arrancada do poder sem ter cometido nenhum crime, à revelia da população, é uma demonstração que a burguesia coloca e tira do poder quem bem entender. Os investimentos milionários, as manipulações, a total falta de igualdade na campanha eleitoral, como as diferenças gritantes nos tempos destinados aos partidos no guia eleitoral, ou mesmo o fato de boa parte dos candidatos sequer terem a participação nos debates garantidas etc., são alguns exemplos da total falta de democracia das eleições. Trata-se de um jogo de cartas marcadas para garantir os critérios de aprovação da elite.

Contudo, mesmo quando todas essas artimanhas não são suficientes para cumprir com os objetivos, o “verniz” democrático é deixado de lado e a direita parte para o confronto aberto. Foi assim com o PT.

Apesar de toda a campanha e tentativa de desmoralização do partido, a burguesia não conseguiu impedir tal avanço eleitoral. Lula estava cotado para ser eleito já no primeiro turno e teve de ser trancafiado como única forma de impedir sua eleição.

Mesmo tirando Lula do páreo, a burguesia não conseguiu emplacar seus candidatos oficiais.  PSDB e PMDB, por exemplo, foram um fracasso em votação, assim como Marina Silva, da Rede. A megaoperação montada para fazer com que o representante da extrema-direita fosse eleito no primeiro turno também não teve êxito. Para se ter ideia, uma denúncia feita pelo jornal Folha de São Paulo sobre o “Caixa Dois” de Bolsonaro mostrou que empresas estariam comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp, com contratos que chegavam a R$ 12 milhões cada, isso sem falar nos mais de 400 mil perfis fakes (falsos) no Twitter pró-Bolsonaro, todos robôs. O levantamento feito pelo instituto InternetLab mostrou que cerca de 33% dos perfis que seguem o candidato são falsos, controlados por computadores.

Organizar os trabalhadores para fazer frente à direita

Faltando menos de uma semana para o segundo turno das eleições, os ativistas da campanha do petista Fernando Haddad precisam, mais do que nunca, “arregaçar as mangas” e ir para as ruas fazer o enfrentamento. Essa é a única maneira de fazer frente aos planos da direita e obter êxito, inclusive na luta parlamentar.

A extrema-direita não está medindo esforços e utiliza-se de todas as armas para conseguir a vitória. Colocaram, também aqui no Brasil, a religião à serviço de tal política. A grande maioria dos pastores evangélicos, por exemplo, se transformou em cabos eleitorais, se colocando contra o próprio ideal cristão, que pregava o comunismo de consumo, em defesa das minorias. O fato de a burguesia não ter conseguido eleger Bolsonaro no primeiro turno se dá muito mais a uma desilusão do eleitorado, do que a um acerto do PT.

A única forma capaz de se opor a organização das igrejas é a ação do movimento operário organizado. Sindicatos, federações e centrais sindicais devem ocupar as ruas, fazendo a defesa dos direitos e contra o avanço do fascismo. É a luta dos trabalhadores que será a força capaz de fazer frente a tais ataques.

Nós, da Luta Pelo Socialismo (LPS), estamos participamos deste processo eleitoral, mesmo sabendo de toda a farsa, pois esse é um campo de luta onde a população trabalhadora e oprimida ainda nutre ilusão. Portanto, um campo onde nos possibilita debater, esclarecer e elevar a consciência crítica das massas. É preciso utilizar esse espaço para debater com os trabalhadores, buscando influenciar com uma política socialista, pois a classe operária só irá superar a falsa democracia quando tomar o poder por meio da luta.

Nesse sentido, fazemos uma atuação crítica no processo eleitoral paralelo à linha política da propaganda do PT somando esforços para ganhar essas eleições, mas, sobretudo, abrindo espaço para intensificar a luta de classes.

Compreendemos que a extrema-direita é sanguinária, não havendo com ela nenhum tipo de pacifismo.  Somente a luta real, nas ruas, com as massas organizadas para defender seus direitos, empregos e vida, fará frente ao conservadorismo e obterá força para derrotar essa política de avanço do fascismo.


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