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Fascismo: Ontem e Hoje

Os regimes fascistas são uma das grandes máculas na história humana. Ascendendo ao poder através de um forte discurso nacionalista e da insatisfação popular, vendo este como uma alternativa à corrupção instaurada nos países e a crise capitalista de 1929, o fascismo expandiu suas garras vis pela Europa durante a década de 1920 e acabou culminando na segunda guerra mundial em 1939.


Mas, o que é o fascismo?


O fascismo nasceu após o fim da primeira guerra mundial, na Itália. É um regime de extrema direita, autoritário, nacionalista e militarista, que cultua a força física de seus membros, despreza a democracia eleitoral, tem a crença na superioridade natural de uma raça e domínio das elites, além de ser antissocialista. Por ser um regime totalitário, faz uso da propaganda para incitar o clamor popular, da censura dos meios de comunicação e da tortura dos membros contrários ao regime. O fascismo é um regime violento contra minorias e rejeita a afirmação de que a violência é automaticamente negativa por natureza. Propaga a crença que a violência, guerra ou imperialismo são meios pelos quais se pode chegar ao rejuvenescimento da nação.

O Nazismo de Adolf Hitler, como ficou conhecido o fascismo alemão, apesar das divergências, segue as mesmas práticas do fascismo italiano, encabeçado por Benito Mussolini. Hitler se tornou ditador da Alemanha após a morte do presidente alemão, quando os poderes e escritórios da Chancelaria e da Presidência foram fundidos. Um referendo nacional, realizado em 19 de agosto de 1934, confirmou Hitler como o único Führer (líder) da Alemanha. Todo o poder foi centralizado nas mãos dele e a sua palavra estava acima de todas as leis.


Bolsonaro e o discurso fascista


O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, é conhecido por suas falas ufanistas e agressivas contra minorias. Mulheres, negros e homossexuais já foram alvo de suas falas pejorativas. Seu discurso se assemelha aos vários discursos nazistas do século passado. Hitler, cabo do exército alemão, usava seus discursos para inflamar a população contra os problemas alemães da época. Bradava em favor de um futuro grandioso para a Alemanha, a recuperação econômica, o fim do marxismo e dos judeus e outras minorias que “contaminavam e parasitavam” o país. “Para conseguir suporte das massas, foi menos decisiva a doutrina nazista que o estilo de articulação de medos, fobias e expectativas espalhadas pela população. E, quando a questão era representar, Hitler era inigualável”, afirma o historiador inglês Ian Kershaw, da Universidade de Sheffield, Inglaterra.

O discurso de Bolsonaro é totalmente semelhante. Para chegar onde está, ataca minorias e não poupa absurdos. Seus discursos anti-PT e contra a suposta onda de corrupção que se instaurou no país levaram-no a uma posição de destaque na internet. E não parou por aí, enquanto era deputado, agrediu verbalmente a então deputada do PT Maria do Rosário, dizendo que “não a estupraria porque ela não merecia”. Os abusos foram tantos, que durante a sessão de votação do impeachment da então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, Bolsonaro fez uma saudação ao General Brillhante Ulstra, conhecido por introduzir ratos vivos nas vaginas das mulheres e o principal torturador da ex-presidenta. De acordo com a Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, fazer apologia à ditadura, é crime no Brasil, punível com reclusão de 1 a 5 anos. Agora, entretanto, Bolsonaro joga com o medo da crise política que se instaurou na vizinha Venezuela, e faz uma guerra contra o “comunismo petista”, que de comunista não tem nada (na verdade é um partido social democrata), e a “Doutrinação Marxista”, sendo que as ideias reproduzidas nas universidades e escolas são reprodutoras das ideias da classe dominante.

Violência contra opositores não era novidade para Hitler: o braço armado de seu partido espancava e assassinava inimigos políticos com a conivência dos juízes da região, simpatizantes do movimento nazista. Em apenas dois meses de governo Nazista, toda a oposição estava morta. Hoje, um movimento semelhante acontece entre os apoiadores de Jair Bolsonaro. As agressões físicas e verbais vindas de seus eleitores contra minorias, incluindo inclusive assassinatos e torturas, aumentam a cada dia. Mais de 50 casos foram documentados logo após o primeiro turno, incluindo entre esses, o caso do Mestre Moa do Katendê, assassinado com 12 facadas nas costas por um eleitor de Bolsonaro e o caso de uma jovem no Rio Grande do Sul que foi espancada por três homens e teve o desenho de uma suástica gravada em sua barriga. Quando questionado, Bolsonaro afirmou que seus discursos não instigam o ódio e que nada poderia fazer em relação aos seus eleitores, lavando as mãos para o massacre que suas palavras estão gerando.


Não ao Neonazismo


A própria existência de uma oposição encontra-se ameaçada pela pecha do fascismo, travestido de “combate à corrupção e retorno aos bons costumes”. Pela semelhança com o discurso hitlerista, vários grupos nazistas modernos, os chamados Neonazistas, têm se juntado em campanha ao candidato do PSL. O próprio ex-líder da Ku Klux Klan, grupo extremista racialista dos Estados Unidos declarou abertamente seu apoio, dizendo que “ele pensa como nós”. Essa é a articulação da extrema-direita, carregando um discurso repleto de ódio às minorias e contra qualquer tipo de direito para os que não se enquadrem em seus padrões.

Não temos ilusão. As eleições são pautadas pela agenda imperialista e  cada peça no jogo é minuciosamente orquestrada para que esta agenda se cumpra. Mas o que está em disputa é muito mais do que algum Estado democrático de direito, são as vidas de milhões de pessoas que serão caçadas como animais pelos grupos de extermínio fascistas que já estão se formando. A população precisa dar uma resposta contrária aos abusos cometidos pelo presidenciável: devemos denunciar os abusos e crimes motivados politicamente cada vez mais. Apenas com a luta incessante da população e principalmente das minorias, iremos conseguir vencer a sombra neonazista que paira sobre o processo eleitoral e a sociedade brasileira.


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