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Reforma da Previdência ameaça economia dos municípios

Um estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo (FPA) mostrou que a reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro trará um efeito extremamente negativo para os municípios e as prefeituras brasileiras. Isso porque o pagamento das aposentadorias aos trabalhadores rurais, idosos e aos carentes são base de sustentação da economia de vários municípios, principalmente nas pequenas cidades, podendo levar a uma queda no crescimento econômico e num efeito cascata que aumentaria em mais meio milhão o número de desempregados no País.

Conforme a pesquisa, em 93,7% dos 2.077 municípios brasileiros avaliados (1.946 cidades), os valores recebidos via benefícios previdenciários superavam os repasses realizados pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Ou seja, maior parte do dinheiro que circula nessas cidades vem das aposentadorias. Ao rebaixar o valor do benefício, conforme determina a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6, do ministro da Fazenda, Paulo Guedes, o governo prejudicaria diretamente esses municípios, causando empobrecimento, demissões e miséria dessa população.

“A Associação Brasileira de Municípios realizou sua assembleia em março e os prefeitos presentes foram unânimes: a reforma da Previdência, tal como vem sendo colocada pelo governo Bolsonaro, prejudicará muito os municípios e as prefeituras, uma vez que o empobrecimento da população, bem como a queda na economia de boa parte dos municípios, principalmente os pequenos e médios, com maior incidência no Norte e Nordeste, provocará não apenas queda na arrecadação como aumento da demanda pelos serviços públicos, especialmente na assistência social”, destacou a Fundação.

A tese foi confirmada pelo economista Marcelo Manzano, que afirmou que “cada um ponto do crescimento do PIB no Brasil nos últimos 20 anos significou crescimento entre 0,5% e 1,4% do mercado de trabalho. Como nosso país tem 90 milhões de ocupados, quando o PIB cresce 1%, na pior das hipóteses (os 0,5%) significa a expansão de 450 mil empregos (...). Se o contrário acontece, ou seja, a redução do PIB em 1% conforme projetado, nosso país pode perder aproximadamente 450 mil ocupações por ano em decorrência do desmonte do sistema de proteção social que está em vigor desde a Constituição de 1988”.

Ainda segundo Manzano, para cada real pago aos aposentados via Regime Geral da Previdência Social (RGPS), a economia cresce R$ 0,53. Quando esse real vai para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o efeito multiplicador é da ordem de R$ 1,78 a mais.

Como se vê, a reforma da Previdência irá impactar negativamente toda a população brasileira. Todos sofrerão com o fim dos benefícios, a extinção de postos de trabalho nos municípios mais pobres e a precarização das condições de vida.

Devemos lutar com toda garra contra a reforma da Previdência, medida que onera os pobres e trabalhadores e financia os ricos banqueiros imperialistas.

Fonte: http://sindados-mg.org.br/noticias/1328-reforma-da-previdencia-ameaca-economia-dos-municipios


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