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Professores do Mato Grosso recusam proposta e greve continua

Os professores estaduais do Mato Grosso recusaram a pífia proposta de acordo trabalhista feita pelo governo do estado e, em assembleia realizada no último dia 1º de julho, no estado de Cuiabá (MT), decidiram pela manutenção da greve. O movimento, que se iniciou no último dia 27 de maio e já dura mais de um mês, mobilizou a categoria: são cerca de 40 mil profissionais em greve e quase 390 mil alunos sem aula em todo o estado.
 
A categoria tem uma série de reivindicações, dentre elas a concessão do pagamento de 7,69% de aumento aos professores e o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA); pagamento de 1/3 de férias proporcional para os docentes contratados; concessão de licença-prêmio e licença para qualificação profissional; chamado do cadastro reserva dos profissionais da educação do último concurso público; um cronograma de obras para a reforma das unidades escolares e a garantia da Lei da Dobra de Poder de Compra dos profissionais. Na audiência de conciliação, que aconteceu no dia 27 de junho, após uma decisão da Justiça, o governador Mauro Mendes (DEM-MT) propôs um cronograma para convocação de concursados e se comprometeu a reformar as escolas deterioradas. Porém, as demais reivindicações não foram contempladas na proposta.

O governo disse que não pode conceder o aumento salarial, usando como prerrogativa o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), artifício legal que limita os gastos dos estados da Federação com pessoal. Segundo Mauro Mendes, o gasto atual é de 49%, porém, de acordo com a mesma lei, até 60% da receita líquida corrente pode ser utilizada para esse tipo de “despesa”. O democrata tenta usar da LRF como uma manobra para onerar os educadores e precarizar ainda mais as condições de trabalho dos professores. Além disso, num claro assédio contra os grevistas, o governo cortou o ponto desde o início da greve. Agora, em uma tentativa golpista de enfraquecer o movimento, afirma que o pagamento dos salários dos grevistas está condicionado à volta as aulas. Os professores se recusaram a voltar às salas e, portando faixas e cartazes, foram aos sinais da capital Cuiabá para pedir dinheiro e doações para alguns grevistas que estão passando por dificuldades financeiras. Os professores não devem ceder às chantagens, que buscam enfraquecer o movimento com acordos pontuais para não cumpri-los depois de atingir seu objetivo, ou seja, depois de desmobilizar a categoria.

Os educadores do Mato Grosso mostram força com uma greve tão expressiva. Cabe aos trabalhadores de todos os setores e estudantes se unirem aos professores em uma Greve Geral, por tempo indeterminado, para barrar as reformas, garantir uma melhora real nas condições de vida da classe trabalhadora e mostrar aos grandes capitalistas que não seremos nós que pagaremos a conta.

 


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