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Ocupações urbanas: um instrumento de luta política

A política de ataques aos trabalhadores que o Governo Federal vem praticando está aumentando cada vez mais as convulsões sociais no País. As ocupações urbanas é um exemplo disto. De acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), juntamente com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o déficit habitacional no Brasil, em 2017, alcançou mais de sete milhões de unidades, mais precisamente 7.770.227 de casas. A pesquisa apontou, também, que este número representa um aumento de 7% nos gráficos da falta de moradia.

Mesmo diante de tal fato, o governo Bolsonaro, que endossa o Estado policial contra a população mais pobre, trabalha incessantemente no ataque às ocupações urbanas, o que mostra, mais uma vez, se tratar de um governo capacho dos interesses dos grandes empresários, empreiteiras e setor imobiliário. Um governo que, pela falta de caráter social, não tem interesse em assumir, tampouco resolver o problema do déficit de habitações.

O crescente número de ocupações urbanas é o indicador do quanto a classe trabalhadora tem sofrido com os ataques. A ordem é explorar ao máximo os setores oprimidos, jogando o peso da crise nas costas daqueles que efetivamente produzem as riquezas. Neste sistema baseado na exploração do homem pelo homem, nem mesmo as necessidades mais básicas da população são atendidas. Um sistema de opressão tamanha que retira a capacidade dos trabalhadores de alcançar o pleno pensamento crítico pelo fato de terem que se preocupar com sua própria sobrevivência.  

As ocupações urbanas representam um grito de quem não consegue ter acesso à moradia devido à desigualdade social, patrocinada pela política do liberalismo econômico. Este movimento social de resistência tem por objetivo garantir um direito, inclusive constitucional, que é o direito a habitação, além de levar dignidade à população mais pobre, que tem seu poder de compra reduzido diariamente devido à crise capitalista e que, portanto, não consegue acesso à moradia.

Engels, em sua série de artigos sobre “A Questão da Habitação”, explicou que para pôr fim à crise da habitação não há senão um recurso: eliminar pura e simplesmente a exploração e a opressão da classe trabalhadora pela classe dominante. É inadmissível que a classe que produz os bens de consumo seja mal alojada, enquanto uma pequena parcela parasita da população, menos de 1%, que vive da exploração da mais-valia, concentre praticamente toda a riqueza produzida no mundo.

Neste sentido, as ocupações urbanas são mais um instrumento de luta política revolucionária que visa à transformação da sociedade e devem ser apoiadas pela população trabalhadora. Ocupar espaços improdutivos e sem caráter social é um dever. A especulação imobiliária, incentivada pelo sistema capitalista, não pode ser superior às necessidades básicas da população trabalhadora. Somente a destruição do sistema capitalista dará à classe operária o que é seu por direito. As ocupações urbanas, assim como a tomada dos meios de produção, devem ser realizadas para dar uma resposta ao massacre social dos trabalhadores e alcançar uma sociedade com liberdade, igualdade e fraternidade, uma sociedade socialista.

 


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