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Mais uma vez, médicos cubanos auxiliam o mundo

No dia 22 de março, após receber pedido formal da Lombardia, região setentrional da Itália, Cuba enviou à região uma brigada de 52 médicos e paramédicos, vários deles com experiência na luta contra o ebola na África. Giulio Gallero, secretário da saúde da Lombardia, espera que os médicos cubanos "aliviem a situação" da Itália, que enfrenta um colapso na Saúde, devido ao  grande número de infectados pelo Covid-19.

Cuba mobilizou seu "exército de jalecos brancos", para o combate contra o COVID-19 na própria Havana, e em diversos países. Com mais de 30.000 médicos e paramédicos espalhados no mundo todo, o país é considerado o de melhor formação acadêmica na área da saúde. Desde a revolução de 1959, Cuba, que contou com a ajuda a União Soviética até 1989, começou a exercer um grande papel na chamada "diplomacia médica". Na década de 2010, médicos cubanos tiveram papel central no combate à cólera no Haiti e do ebola na África ocidental. No Brasil, através de um programa de parceria com o governo cubano, Programa Mais Médicos, médicos cubanos foram enviados para regiões carentes de assistência médica no país para ajudar no combate à dengue e na falta de atendimento.

Na atual pandemia que o mundo enfrenta, os médicos cubanos serão fundamentais e vários países já contam com eles. Vários, menos o Brasil cujo presidente, Jair Bolsonaro, faz chacota da doença e, em entrevista veiculada no portal de notícias Exame, disse:  ”não vamos convocar médicos de outros países. No momento, acho que o que nós temos aqui parece suficiente, mas se o Ministro da Saúde achar que podemos abrir espaço para outros médicos, esses médicos têm que estar qualificados”. O presidente ainda fez críticas à formação dos médicos cubanos, exibindo, mais uma vez sua desinformação diante da realidade: “se eles fossem tão bons assim, teríamos médicos cubanos aqui na frente de pesquisas, na frente de grandes hospitais e não temos”.

Bolsonaro, que tanto seguiu as orientações médicas para fugir de debates na campanha eleitoral de 2018, hoje ignora completamente a opinião de profissionais da área médica do mundo todo e despreza todos os protocolos de prevenção da Covid-19. Ao desqualificar o potencial da medicina cubana, reforça sua contumaz hipocrisia, pois, semana passada, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou que médicos cubanos que trabalhavam no programa Mais Médicos, cancelado por parte do governo cubano por causa dos insultos desferidos por Bolsonaro antes mesmo de assumir a presidência, serão chamados para ajudar no controle da pandemia.

Enquanto Donald Trump desmente fake news divulgada por Bolsonaro, de que iria pôr fim ao confinamento, e liga para o presidente da China, Xi Jinping, pedindo ajuda para combater o coronavírus, o irresponsável presidente do Brasil brinca de transformar a pandemia em disputa ideológica e geopolítica. As consequências para a população brasileira serão muito mais devastadoras do que se poderia prever após a chegada de um governo fascista ao poder.

 


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