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Coronavírus é utilizado para dizimar a população negra nos EUA

De acordo com uma pesquisa realizada pelo jornal The New York Times, divulgada no último dia 6 de abril, as taxas de contaminações e morte pela Covid-19 nos Estados Unidos são maiores entre a população negra. O estudo usou como base os dados divulgados pelos estados.

No estado de Illinois, 43% das pessoas que morreram pela doença e 28% dos que testaram positivos eram afro-americanas, um grupo que compõe apenas 15% da população estadual. No Michigan, um terço dos pacientes é negro e 40% das mortes são desta população, que representa também 15% dos habitantes do estado. Em Lousiana, onde os afrodescendentes representam um terço da população, 70% dos mortos pela Covid-19 eram pessoas negras.

Um grande motivo para esta diferença tem raiz na desigualdade social, um problema visceral do sistema capitalista. Como em outros países, os governos estão propondo medidas de isolamento social para combater a propagação do vírus, mas este isolamento é seleto e tem relações direta com as classes socais, que, por sua vez, também são “divididas” com base na cor da pele. Quanto mais pobre, mais preto e menores são as condições de realizar a quarentena exigida pelos órgãos internacionais de saúde. A conclusão é óbvia: maior o número de mortes. Estes trabalhadores, a maioria pessoas negra, simplesmente não têm a opção de ficar em casa, pois os governos burgueses não garantem as condições mínimas de sobrevivência destas famílias. Os negros, por majoritariamente comporem a classe operária, estão sendo expostos mais facilmente ao vírus, seja no trajeto para o trabalho, no próprio local de trabalho, nos aglomerados etc.

Como o custo de vida dos Estados Unidos é alto, essas populações mais pobres enfrentam outros problemas que os tonam mais vulneráveis como, por exemplo, o estresse. O risco eminente de desemprego, as poucas horas de sono, a falta de acesso à assistência médica, cuidados de higiene pessoal, alimentação de péssima qualidade etc., torna este grupo de pessoas com uma expectativa de vida mais baixa.

Outro levantamento com base na idade das vítimas, feito pelo jornal The Washington Post, mostrou que das quase 13.000 pessoas mortas nos Estados Unidos pela Covid-19, pelo menos 759 tinham menos de 50 anos de idade. O indicador não questiona a maior vulnerabilidade da doença entre pessoas idosas, mas evidencia que os mais jovens não estão imunes às complicações capazes de levar ao óbito.

O que fica explícito com toda esta situação é que mesmo a doença não escolhendo gênero, idade, lugar e nem pessoas (pode atingir qualquer um), o capitalismo faz esta escolha com muita destreza. Para enriquecer um punhado de parasitas, deixa uma parcela significativa da população à margem da sociedade, não se importando em sacrificá-las.


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