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Crise e a pandemia no Equador

O Equador vive hoje uma enorme crise devido à pandemia do novo coronavírus, ocupando o segundo lugar em número absolutos de infecções e mortes na América Latina, com 10.398 casos confirmados e 520 mortos. Levando em consideração que o Equador é 30 vezes menor que o Brasil em território e tem uma população de 17,4 milhões de habitantes, doze vezes menor que o Brasil, os números equatoriano, em relação ao brasileiro, são assustadores. Lembrando que este foi o terceiro país da América Latina a registrar um caso positivo de covid-19, em 29 de fevereiro último, antes mesmo de outros países maiores e mais populosos, como a Argentina ou a vizinha Colômbia.

O colapso sanitário já é uma realidade e ainda pode piorar, já que o governo teme que haja uma subnotificação dos casos nas províncias. A província mais afetada, Guaya, nos primeiros 15 dias de abril, chegou a ter 6.703 mortes. As autoridades não puderam determinar as causas de todos os óbitos, mas deduzem que além das mortes naturais, estão as vítimas de complicações da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, de acordo com a BBC. O País não possui testes, o que faz com que muitas pessoas que morreram com os sintomas não sejam testadas para a doença.

Um dos fatores apontados pelo epidemiologista equatoriano da Universidade das Américas, Esteban Ortiz, em entrevista à BBC sobre a disseminação do Covid-19 no País, é a falta de rigorosidade no cumprimento das medidas. "É uma soma de vários fatores, mas o principal é que no Equador não seguimos rigorosamente todas as medidas que devem ser tomadas para enfrentar uma emergência dessa magnitude, nem as pessoas prestaram atenção aos alertas do governo". O Equador, hoje, segue medidas como o fechamento das fronteiras e um toque de recolher para evitar ainda mais a disseminação do vírus.

A situação drástica do Equador deve servir de alerta para o Brasil. O que tem se visto no maior país da América Latina é uma política aberta de genocídio da população pobre, onde o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), se nega até mesmo a cumprir os protocolos de segurança para evitar a disseminação da doença. Bolsonaro foi acusado de chamar um ato, em Brasília, contra o Congresso, ainda no início da pandemia, promovendo a aglomeração de pessoas, e de participar, posteriormente, de outros atos públicos, pedindo o fim do isolamento. O mandatário, que a época estava com suspeita de ter contraído o vírus após visita aos EUA, se reuniu com manifestantes, cumprimentou pessoas, abraçou e tirou fotos, indo contra as recomendações da Organização Mundial de Saúde. O presidente ainda insiste que os estados afrouxem as regras do isolamento social, reabrindo o comércio e expondo a classe trabalhadora à doença, atitude que é criticada e combatida por vários órgãos de saúde, governadores e prefeitos do País.

A população brasileira deve se proteger contra o coronavírus, exigindo que o governo dê as condições necessárias para que se mantenha o isolamento social para todos, realizando inclusive Greve Geral, se preciso for. As medidas de segurança devem ser reforçadas e não abrandadas para que os serviços de saúde, em especial o Sistema Único de Saúde (SUS), principal meio de combate ao Covid-19, consiga dar respostas à demanda de infectados e doentes, que ainda não chegou ao seu pico no País.

Quarentena para todos!

Fora Bolsonaro e militares!


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