O caso de abuso policial nos Estados Unidos, que levou à morte de George Floyd, causou protestos vigorosos na cidade de Minneapolis, que se espalharam por todo o país. Floyd, de 46 anos, que trabalhava como segurança em um restaurante da cidade, foi abordado por policiais que atenderam a uma chamada de suspeita de documentação falsificada na noite do dia 25 de março. Um vídeo que circula nas redes sociais, mostra 10 minutos de abordagem de um policial branco ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, que grita e suplica, dizendo que não consegue respirar até perder os sentidos. Mais tarde no mesmo dia, é declarado morto.
O caso de Floyd é emblemático, mas não único. Em fevereiro, Ahmaud Arbery foi morto com três tiros por dois homens brancos, Travis McMichael, ex-policial e seu pai, Gregory. O crime ocorreu no estado da Geórgia e, segundo a polícia, está sendo investigado como crime de ódio. Outro caso é o de Breonna Taylor, uma médica de emergência, de 26 anos, que foi morta com oito disparos depois que policiais invadiram seu apartamento em Louisville, Kentucky, em 13 de março deste ano. As forças policiais executavam um mandato de busca como parte de uma investigação sobre drogas, e invadiram a casa sem avisar, o que gerou uma reação do namorado de Breonna que, suspeitando de uma tentativa de roubo, atirou em legítima defesa. Não foram encontradas drogas no local.
O racismo nos EUA, principalmente o institucionalizado pela polícia, tem feito várias vítimas ao longo da história. De acordo com um levantamento do jornal Washington Post, 1014 pessoas foram mortas a tiros por policiais no país em 2019. Estudos mostram que as principais vítimas foram estadunidenses negros.A ONG Mapping Police Violence aponta que, nos EUA, negros têm quase três vezes mais chances de serem mortos pela polícia do que brancos. Vale lembrar que o presidente Donald Trump é mundialmente reconhecido por suas falas racistas, misóginas e xenofóbicas e que desde sua posse como presidente da nação imperialista, tem destilado seu ódio contra minorias nas redes sociais, principalmente pelo Twitter. Em relação ao caso George Floyd Trump escreveu na rede social que os manifestantes de Minneapolis eram “bandidos” e apelou ao uso da força para conter os protestos.
O racismo visa de todas as formas, negar a humanidade ao negro, colocando-o como um animal, pronto para ser explorado à exaustão, ou morto ao bel prazer do explorador, Trata-se de uma dominação ideológica que serviu de fundamento para justificar a escravização de povos negros, que segue como uma das mazelas da opressão do homem pelo homem, modus operandi do capitalismo e está no cerne da luta de classes. A luta contra o racismo passa diretamente pela luta contra a exploração de uma classe sobre a outra característica do sistema vigente que não se importa com as vidas dos explorados e coloca as vidas negras na linha de frente do extermínio social.