Mesmo com sete milhões a menos em investimento em relação ao ano passado, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se debruçam em 105 pesquisas contra a Covid-19, na incansável jornada em laboratórios e salas de estudos.
Em entrevista ao G1, no último dia 8 de julho, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, relembra o fato do ano passado já ter sido muito difícil, pois foram muitos cortes em bolsas de pesquisas. O orçamento foi de R$ 220 milhões e a verba só foi recebida em setembro e outubro. Este ano o orçamento é ainda menor: R$ 213 milhões.
Desde 2015, as universidades federais vêm sofrendo cortes. Em 2017, por exemplo, 44% da verba do Ministério da Ciência e Tecnologia chegou a ser congelada. No ano passado, a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) cortou bolsas e recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que ficaram sob ameaça até setembro. O atual governo trabalha incansavelmente para desmerecer e desacreditar a universidade pública. Chegamos ao cúmulo de ter falas como a do atual ministro da educação, o advogado e pastor presbiteriano, Milton Ribeiro, que durante um culto, em 2018, afirmou que as universidades ensinam “práticas totalmente sem limites do sexo”.
Mesmo com todo o desprezo do governo com as universidades públicas, a UFMG se tornou, desde o início da pandemia do novo coronavírus, um dos polos fundamentais de pesquisa e testagem. Laboratórios acadêmicos se tornaram centros de diagnóstico. Estudos estatísticos baseiam decisões de flexibilização e vacinas são elaboradas nas universidades, revelando a importância das universidades e serviços públicos.