• Entrar
logo

Subnotificação é a realidade da Covid-19

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas Gerais considerou o período de meados de julho como o de pico da pandemia no estado. Porém, de lá pra cá, o número de mortes na região metropolitana de Belo Horizonte, em decorrência da Covid-19, mais que dobrou. Isso faz aumentar a preocupação da população com o problema das subnotificações. Uma pesquisa denominada ''Soroprevalência para Sars-CoV-2 em residentes de Betim MG-2020'', feita pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mostrou que, para cada caso confirmado por coronavírus, há outros 20 não notificados. 

A pesquisa se deu na cidade de Betim, região metropolitana de Belo Horizonte, durante os meses de junho e julho.  Até o dia 23 de julho, segundo o boletim epidemiológico da SES a cidade teve 2.016 casos confirmados da doença que levaram a 70 óbitos, mas, considerando estimativas da pesquisa, haveria mais de 40 mil outros pacientes com Covid-19 que não chegaram aos dados oficiais.

A pesquisa, prevista para ser realizada em até cinco rodadas, dividiu Betim  em 650 regiões geográficas e, em cada rodada, 1.080 habitantes foram ouvidos por meio de amostragem, segundo o Secretário de Saúde do município, Augusto Viana. O estudo leva em conta a faixa etária, o sexo e o perfil do vírus que está circulando e foi elaborado de acordo com as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS).  

O Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG procurou a prefeitura de Betim para colocar o estudo em prática, com a ideia de fazer a testagem na população e, segundo o professor Renan Pedra, “mapear onde estão os focos da infecção para tentar impedir o avanço deles”. Até a terceira fase da pesquisa, 2.160 testes foram aplicados pelas 36 equipes compostas por um motorista, uma enfermeira de atenção básica e um agente comunitário da saúde.

Graças à política genocida que vem sendo aplicada pelo governo Bolsonaro e replicada pelo governador Romeu Zema (Novo), a população sentiu na pele o descaso na prevenção e combate à pandemia, que já levou a mais de 115 mil mortes em todo o país, sendo quase 5 mil só em Minas Gerais, considerando apenas os dados oficiais. Nesse contexto, é importante ressaltar a importância das Universidades Públicas, dos Institutos Públicos de Pesquisa e do Sistema Único de Saúde, que, apesar de todos os ataques sofridos com cortes de orçamento e perseguições ideológicas, são, efetivamente, as únicas seguranças que a população tem em relação ao combate à pandemia. A defesa dessas instituições, deve tornar-se uma defesa intransigente dos direitos democráticos da população em relação à disseminação do conhecimento e à proteção da vida, com garantia de bem estar social.
 


Topo