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Ligação de Bolsonaro e seu governo a grupos xenofóbicos e racistas

A cada dia que passa fica mais evidente a ligação do governo Bolsonaro a grupos ultradireitistas de propagação do ódio contra minorias sociológicas. Em uma sessão no Senado, na última quarta-feira, dia 24 de março, o assessor de Bolsonaro, Filipe Martins, reproduziu um gesto associado à ideologia supremacista branca. O gesto, que se constitui em três dedos esticados, tomando a forma de um “W” e o indicador ligado ao polegar formando um círculo, tomando a forma de um “P”, é um sinal que significa “White Power” (Poder Branco).

O fato aconteceu durante a fala de abertura do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, em uma sessão do Senado Federal com participação do chanceler Ernesto Araújo e o então assessor especial para assuntos internacionais do presidente, Filipe Martins. Em resposta à atitude do assessor, Pacheco solicitou que fosse aberto um processo de investigação para apurar o ocorrido.  

Não é a primeira vez que alguém próximo a Bolsonaro se comunica utilizando expressões ou gestos associados à grupos supremacistas brancos. Em janeiro do ano passado, o então Ministro da Cultura, Roberto Alvim, em um discurso para apresentar o plano do governo Bolsonaro para cultura, utilizou trechos de um discurso do ministro da propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels.

Em outro episódio, em maio de 2020, uma mensagem publicada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), com críticas à imprensa, que dizia "o trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil", também foi criticada por fazer alusão à frase presente nos portões de acesso aos campos de extermínio nazistas – “o trabalho liberta.”

Além disso, no período da campanha eleitoral, apoiadores fervorosos de Bolsonaro, como Sarah Winter, também foram associados à ideologias supremacistas, neonazistas. Vale lembrar que durante a campanha eleitoral grupos de skinheads, associados ao neonazismoem São Paulo também foram às ruas. Em 2011, o movimento supremacista branco  “White Pride World Wide”(Orgulho Branco em Todo o Mundo) realizou um “ato cívico” em apoio à Bolsonaro no vão livre do Museus de Artes de São Paulo (Masp).

A necropolítica defendida por esses grupos de extrema-direita já vem sendo imposta, na prática, há muitos anos, basta ver as ações de extermínio adotadas nos morros e favelas, especialmente contra a população negra. Contudo, é simbólico que, agora, conforme os fatos citados mostram, essa ultradireita se sinta cada vez “mais à vontade” para demonstrar, também nos discursos e gestos, suas pretensões supremacistas do “homem branco, heterossexual, velho e rico”. Não podemos ter dúvidas: o que está em curso é a escalada neonazista “à brasileira”, transvestida pelo discurso moralista e genocida de Bolsonaro em uma suposta defesa da “família” e da pátria. Na verdade, a única defesa pétrea para o grande capital que sustenta esse governo é o seu lucro.
 


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