A Postal Saúde, entidade de autogestão criada em abril de 2013, sob os argumentos de se adequar às exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS) e de que a mudança não provocaria impacto financeiro para o trabalhador, vem, ano após ano, impondo aumentos e retirada de direitos de seus beneficiários.
Em 2018, os trabalhadores dos Correios passaram a pagar mensalidades, após vários meses de tentativa de acordo por parte das organizações sindicais. Os trabalhadores que pagavam apenas percentual do que utilizavam passaram a pagar, além desse valor, uma mensalidade no percentual de 30%.
Já em janeiro de 2020, a Postal Saúde aprovou “adequações” na forma de custeio do plano Correios Saúde II. A modificação no regulamento do plano aumentou a paridade entre a contribuição do empregado e a do empregador, passando para 50% do valor total das despesas custeadas pelos Correios e 50% pelos beneficiários. Isso representou um aumento que chega até 8,42% sobre o valor bruto recebido pela esmagadora maioria dos trabalhadores. A despesa com o plano de saúde chega a representar quase 30% da remuneração íiquida do trabalhador.
A situação se agrava para aqueles que se aposentaram, pois serão obrigados a pagar integralmente. Muitos que saíram nos recentes Planos de Demissão Incentivada (PDI’s), a exemplo dos que se desligaram da empresa em abril de 2021, terão no máximo 3 anos de permanência no plano de saúde e quem aderiu antes dessa data, terá somente 2 anos de plano de saúde. A empresa e a Postal Saúde falam que esses trabalhadores poderão permanecer no plano, desde que concordem em assumir o seu custeio integral.
Além do aumento dos custos, a Postal comunicou no dia 1 de julho que irá fechar 7 unidades ambulatoriais da rede própria em 6 estados do país até 31 de agosto.
Toda essa situação tem o objetivo de fazer os trabalhadores saírem do plano de saúde e enxugar os gastos trabalhistas da empresa com o propósito de facilitar sua privatização. Trata-se da política do Governo Federal para a liquidação dos Correios.
