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Desvalorização dos profissionais da enfermagem é parte da política genocida

Em Belo Horizonte, capital mineira, desde março de 2021, os profissionais da enfermagem, além de realizar seu trabalho no atendimento de urgência aos usuários do SUS com sintomas da Covid-19 e de outras patologias, estão abrindo mão de feriados, sábados e pontos facultativos no período de vacinação. Devido à falta de pessoal e sujeitas a baixos salários, as equipes estão sendo obrigadas a trabalhar exaustivamente, sem poder usufruir de folgas. A grande maioria tem trabalhado sem folga para alcançar um incentivo financeiro, que só é oferecido após o trabalho em três folgas consecutivas. 

Tal exaustão tem levado ao adoecimento de uma parcela da categoria. O descaso para com esses profissionais é visível em cada decisão tomada pelo poder público. Por exemplo, eles só tomaram conhecimento das escalas de trabalho na vacinação aos domingos, após a imprensa e os carros de som da prefeitura terem informado a população sobre as datas de vacinação que estão se acelerando devido à pressão popular pela imunização dos mais jovens.

Assim como tudo o que se relaciona à pandemia no Brasil, em Belo Horizonte, a guerra política entre o governo do estado de Romeu Zema (NOVO) e a prefeitura de Alexandre Kalil(PSD), interferiu no processo de vacinação, que agora se torna urgente para dar conta de lotes armazenados por conta do bloqueio do governo estadual.

Todas as propostas de melhoria das condições de trabalho dos professionais da enfermagem feitas pelos sindicatos, entidades de classe e por parlamentares de esquerda têm sido rechaçadas pelos poderes públicos. A grande defasagem de profissionais de Saúde em todos os setores se agravou na pandemia e a sobrecarga de trabalho, o adoecimento e as mortes acarretam enorme estresse na categoria.

Com a chegada da variante Delta e a volta à normalidade das atividades na capital mineira, os profissionais de Saúde, mesmo vacinados, estão sob o risco de uma nova onda da pandemia cujos resultados ainda são desconhecidos.

Foto: Rogério Reis/Ministério da Saúde/Agência Senado


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