Enquanto a crise do sistema capitalista se aprofunda, o governo brasileiro continua seu trabalho de capacho do imperialismo e tenta entregar toda a riqueza do País nas mãos da iniciativa privada. De acordo com uma nota divulgada no Blog O GLOBO, o ministro das comunicações, Fabio Farias, anunciou que planeja uma campanha de R$ 10 milhões para “exaltar” a privatização dos Correios. Ou seja, o governo irá gastar “rios” de dinheiro para entregar o patrimônio do povo, uma empresa que gera lucros para a União.
A política do governo Bolsonaro de “passar a boiada” continua dando seus passos, mesmo em meio às disputas internas da burguesia nacional. Ele seque seu plano de entregar à iniciativa privada empresas estatais altamente lucrativas, que cumprem papel social essencial para a população brasileira. Não é a primeira vez que o Governo Federal, através do Ministério das Comunicações, irá gastar milhões do orçamento público para levar a cabo sua política entreguista. Quando o Projeto de Lei 591/2021 foi votado e aprovado na Câmara dos Deputados, o mesmo Ministério das Comunicações gastou R$ 5 milhões em apenas uma semana de campanha, fazendo pronunciamentos em rede nacional, veiculando nos principais canais de TV da burguesia, e várias propagandas como outdoors a favor da privatização dos Correios espalhados pelo País. Neste mesmo período, o Ministério da Economia, dirigido por Paulo Guedes, veiculou nas redes sociais oficiais, um post falando de “dez motivos para privatizar os Correios”. Foram várias fakenews espalhadas para tentar convencer o povo sobre a entrega de um dos principais patrimônios do País, como, por exemplo, falar que a privatização garantirá a universalização dos serviços postais quando, na verdade, o serviço já é universal, previsto inclusive na Constituição. E mais: com a entrega da Estatal a tendência é que ocorra justamente o contrário, que apenas as cidades que geram lucros (pouco mais de 300 municípios) permaneçam com os serviços postais – a população da zona rural e da periferia também poderão deixar de receber suas cartas e encomendas.
Enquanto o povo sofre com o aumento do desemprego e do custo de vida, a política do Governo Bolsonaro é de favorecer os ricos e abandonar a população pobre à própria sorte. Gastar R$ 10 milhões do dinheiro público para entregar nas mãos da iniciativa privada uma empresa altamente lucrativa, que só em 2020 gerou R$ 1,53 bilhões de lucro, é um crime lesa pátria. No caso dos Correios, a lógica da política entreguista do governo é tão descarada que usará o dinheiro público para entregar uma empresa centenária, lucrativa, e acabar deixando milhares de trabalhadores desempregados. É o uso do dinheiro público contra o próprio cidadão.
A privatização dos Correios vai gerar milhares de demissões e piorar o serviço para o povo. Além, é claro, do fim de um direito constitucional e de toda uma rede de assistência social que atende o povo, como a distribuição de livros didáticos; transporte de materiais hospitalares ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS); distribuição de material de pesquisa para Universidades Federais; sistema de atendimento bancário em mais de duas mil localidades no Brasil etc. Isso sem falar no fim de todo um sistema de geração de renda em economias locais, baseadas nas empresas que têm os Correios como principal operador logístico, por ser o menor preço do mercado.
Os trabalhadores dos Correios e o povo brasileiro devem se unir com as demais categorias, partidos de esquerda, centrais sindicais, movimentos sociais e movimentos estudantis em torno de uma Frente Única das Forças de Esquerda. Precisamos, através desta Frente, convocar uma Greve Geral no Brasil para colocar abaixo essa política de morte e de entrega da soberania nacional e do patrimônio do povo brasileiro.
Fora Bolsonaro e todo seu Governo!
Não à venda dos Correios!
Foto: OUTRASPALAVRAS
