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Trabalhadores da Limpeza Urbana de Florianópolis dão exemplo de luta

No último dia 28/09, os trabalhadores da Autarquia de Melhoramentos da Capital (Comcap), responsável pela limpeza urbana em Florianópolis, decidiram terminar a greve, que durou oito dias e deixou a cidade em situação caótica, após conseguirem barrar o edital de privatização do setor. Durante o movimento paredista, a prefeitura chegou a contratar duas terceirizadas para fazer o serviço no Centro, Leste e Sul da Ilha de Santa Catarina, o que não evitou o acúmulo de lixo em diversos bairros da capital.

O movimento teve início em protesto contra a terceirização total dos serviços de limpeza urbana, prevista no edital da Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF). A greve foi duramente reprimida, com ameaças de demissão e violência policial. Mas a mobilização, que envolveu toda a cidade em defesa da Comcap, fez o prefeito Gean Loureiro (DEM) recuar no seu projeto, comprometendo-se em retificar o edital. Apenas nas regiões Norte e Continente, onde a terceirização já é realidade, o serviço se manterá a cargo das empresas privadas. Nas demais regiões, a Comcap segue a única responsável pela limpeza urbana.

No acordo, serão retiradas as sindicâncias para demitir trabalhadores por justa causa e a multa aplicada contra o Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis). Também não haverá desconto de salário, perseguição ou processo administrativo contra os grevistas. A reposição será feita através da conclusão da limpeza dos roteiros.

Segundo o Sintrasem, foi travada uma das batalhas mais árduas da história da categoria, que soube se organizar com experiência e tranquilidade, não caindo nas armadilhas de Gean.

Pela proposta da PMF, o edital de terceirização fica congelado pelo período de um ano. Neste período, a coleta de nenhuma outra região será passada para empresas privadas.

Este é o verdadeiro exemplo de como os trabalhadores devem enfrentar as políticas de destruição dos seus direitos e dos serviços públicos. As greves, e os transtornos causados por elas, são capazes de estabelecer comunicação com a população e colocar em mobilização vários setores da sociedade, dispostos a defender os serviços públicos de qualidade, como direito de todos.

O fim da greve, com negociação favorável à categoria, não significa o fim da luta. Os projetos de terceirizações fazem parte das políticas neoliberais que estão sendo impostas aos trabalhadores brasileiros de forma violenta durante o governo de Bolsonaro, que atende aos interesses da grande burguesia em crise. As terceirizações não passam de um mecanismo para que empresas parasitas suguem para seus cofres as verbas públicas, retiradas do suor da classe trabalhadora.

A combativa greve dos trabalhadores da limpeza urbana deve ser considerada o passo fundamental para a luta em defesa da Comcap pública, da garantia dos postos de trabalho, dos direitos da categoria, bem como da defesa dos serviços públicos como direito de todos.

Foto: Reprodução/NSC TV


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