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Movimento sindical não apoia nomeações de bolsonaristas nos Correios

Na manhã desta terça-feira, 31/1, o SINTECT-PB (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios na Paraíba) realizou ato público em frente ao COA (Complexo Operacional e Administrativo dos Correios), em João Pessoa, contra a nomeação do Superintendente Estadual dos Correios na Paraíba – SE/PB, Jackson Silva Henrique. No ato estiveram presentes representações de partidos, sindicatos e Centrais sindicais.

O novo superintendente dos Correios na Paraíba foi nomeado a partir de uma indicação do União Brasil, que na Paraíba é presidido pelo senador Efraim Filho. É funcionário de carreira, ingressou nos Correios em 2013 como carteiro e, como Carteiro e meses após, foi reabilitado, para Atendente Comercial, logo depois, assumiu a gerência da Região Operacional 2, através de indicação de Rômulo Gouveia, Deputado Federal pelo PSD, morto em 2018. Em 2018, Jackson Dias apoiou e fez campanha para o então candidato à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, inimigo dos trabalhadores dos Correios e chegou a defender a privatização dos Correios.

Em entrevistas a jornais e blogs locais, Jackson afirma que é uma indicação técnica e ministerial: “Nesse aspecto eu lhe digo, o ministério está sob o lastro do União Brasil, mas meu nome foi avaliado pelo quesito técnico, pois nem faço parte dos quadros do partido”. No entanto, é nítido que se tratou de uma indicação política, apesar de Efraim ter negado sua participação nela. O senador afirmou que a responsabilidade é do Governo Federal, que tem um ministro empossado por Lula.

O Ministério das Comunicações está sob o comando do Ministro José Juscelino dos Santos Rezende Filho, do União Brasil, partido que participou do golpe de 2016. O hoje ministro votou a favor do projeto de privatização dos Correios, o PL 591, enquanto Deputado Federal. Esse aspecto mostra uma tensão para a composição do Governo Lula, eleito por meio de uma frente amplíssima, que lhe impõe acordos para conseguir espaço de manobra no Congresso Nacional. Esses acordos passam pela concessão de cargos ao pernicioso centrão.

No entanto, entre todos os ministros de Lula, a situação de Juscelino no governo é a mais delicada pois a própria imprensa corporativa, defensora da privatização dos Correios, iniciou uma ampla campanha contra seu nome. O ministro está sendo acusado de usar parte dos R$ 50 milhões do orçamento secreto, destinados à prefeitura de sua irmã, para obra de asfaltamento na rua de sua própria fazenda, segundo apuração do Estadão. Um tipo de corrupção “rotineira” entre os bolsonaristas que estavam no governo e que agora aparece como escândalo utilizado pela imprensa para pressionar o governo Lula em favor dos interesses do grande capital.

Os movimentos sociais e sindicais têm como tarefa fazer a pressão pelo outro lado, ou seja, o lado dos interesses dos trabalhadores. O governo Lula é um governo em disputa. É preciso chamar e mobilizar toda a militância para denunciar e debater a saída para ajudar o governo a fortalecer a contraofensiva. Não queremos bolsonaristas na administração dos Correios e, para evitar que a decisão seja de outros grupos do espectro político nacional, também defensores da privatização, devemos exigir que as indicações sejam feitas após consulta às entidades que representam os trabalhadores.
Não tenhamos ilusão, em 8 de Janeiro não ocorreu o golpe, mas as forças por trás dele estão vivas e dispostas a derrubar o governo do PT, cuja base social entre os trabalhadores coloca em risco os interesses dos grandes capitalistas, que queriam, mas não conseguiram, emplacar  uma "Terceira via" nas últimas eleições.

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