1. O imperialismo norte-americano enfrenta a pior crise da história.
2. À paralisia industrial se soma ao endividamento generalizado. Somente a dívida pública (oficial) passou de US$ 6,5 trilhões para US$ 19 trilhões nas duas Administrações de Obama. Somando as dívidas das empresas, dos estudantes, o provisionamento para as aposentadorias e os gastos militares no mundo, a dívida supera os US$ 60 trilhões até a próxima década.
3. A Reserva Federal (banco central) se debate na tentativa de aumentar a taxa de juros. As taxas de lucros em cima dos títulos podres movimentam mais de US$ 6 trilhões, mas essas taxas têm caído. O círculo vicioso é que ao aumentar os juros, se coloca em xeque a capacidade das grandes empresas de contraírem empréstimos ilimitados a quase 0% para aplicá-los na especulação financeira.
4. A especulação financeira, fundamentalmente os nefastos derivativos financeiros, movimentam mais de 10 vezes o PIB total mundial, que já é muito parasitário. No Brasil, por exemplo, somente os juros somam quase 40% do PIB. Os altos volumes de capitais fictícios deverão ser “queimados” na próxima crise, levando a uma bancarrota generalizada das grandes empresas.
5. Na tentativa de salvar os lucros dos monopólios, o imperialismo tenta diversos malabarismos, como a extração depredadora de petróleo a partir do xisto, a PTP (Parceria Trans Pacífica), que se encontra à beira da falência, ou a PTA (Parceria Trans Atlântica), que não consegue sair do papel devido à oposição do imperialismo europeu.
6. As condições de vida dos trabalhadores norte-americanos têm piorado significativamente.
7. O movimento operário norte-americano foi praticamente desmantelado após a derrota da greve dos controladores aéreos, durante a Administração de Ronald Reagan, na década de 1980. Hoje, apenas 8% dos trabalhadores estão sindicalizados. A contenção da burocracia é feroz. Os movimentos sociais que despontaram em Nova Iorque e na Costa Oeste foram mediatizados. O “fenômeno” Bernie Sanders conseguiu canalizar parte desse descontentamento social para as vias eleitorais institucionais.
8. As eleições presidenciais, que acontecerão em novembro, expressam as contradições existentes entre duas alas direitistas próximas em relação a como salvar os monopólios da crise.
9. Hillary Clinton representa a ala, testada, ligada diretamente aos grandes bancos, às petrolíferas e ao complexo industrial militar. É a favorita dos monopólios que precisam salvar os lucros a qualquer custo e de maneira urgente.
10. Donald Trump é um elemento da extrema direita, que “corre por fora” do aparato do Partido Republicano e busca fortalecer o imperialismo internamente com o objetivo de projeta-lo, posteriormente, para a guerra. O último debate entre os candidatos mostrou que o grande capital se orienta, principalmente, para impor a vitória de Clinton, mas com a permanência do controle das duas câmaras do Congresso pelos setores mais direitistas.
11. A guerra aparece como a única “saída” para o capitalismo em crise, pois implicaria na destruição acelerada de forças produtivas. O problema insolúvel é como destruir forças produtivas sem acelerar o desenvolvimento das tendências revolucionárias.
12. O imperialismo norte-americano é uma espécie de leão velho, ferido e com várias pontes de safena, mas, não por isso, pouco perigoso. Funciona como uma espécie de supra polícia mundial.
13. No mundo, existem mais de 800 bases norte-americanas. São quatro milhões de funcionários ligados aos organismos repressivos. Há dezenas de agências e órgãos de inteligência. Conforme revelou o ex-agente da NSA e da CIA, Edward Snowden, todas as telecomunicações se encontram sob vigilância.
14. Um poderio tão gigantesco como esse, pode ser derrotado? Somente há uma força capaz de derrotar o imperialismo: a revolução proletária. A Guerra do Vietnam foi uma amostra prática disso.
15. A superpotência que, após a Segunda Guerra Mundial, dominou a Europa e o Pacífico, hoje não consegue controlar o Afeganistão, que é um país muito atrasado. Para estabilizar o Oriente Médio, a Administração Obama se viu obrigada a estabelecer acordos com aliados que estão muito longe de serem tradicionais, como o Irã, a Rússia, os curdos e, indiretamente, com a milícia libanesa Hizbollah.
16. É preciso levantar uma série de bandeiras democráticas para mobilizar amplos setores das massas contra o imperialismo, pois esta dependência impede o avanço dos países atrasados.
a. Não ao pagamento da dívida pública,
b. Ruptura com todos os acordos impostos pelo imperialismo,
c. Pela Revolução Agrária,
d. Contra os planos de “ajustes” em geral.
17. A mobilização de amplos setores anti-imperialistas somente pode acontecer se a classe operária conseguir se organizar. Por esse motivo, é preciso avançar rapidamente no sentido da formação do partido operário revolucionário.