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Cenas de Ditadura: Polícia Militar Reprime Protesto do MTST

Revoltados com a medida do governo Temer, que anunciou a revogação da construção de 11.250 unidades do programa social Minha Casa, Minha Vida, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e a Frente Povo Sem Medo organizaram na manhã da última quarta-feira, 1, um protesto na avenida Paulista (SP). No início da tarde os manifestantes ainda ocuparam o saguão do prédio da Secretaria da Presidência da República, também no centro da cidade. A polícia Militar de São Paulo foi enviada ao local com uma tarefa muito clara: reprimir o movimento com extrema violência.

Ao menos oito pessoas foram presas, entre elas uma jovem que chegou a ser derrubada no chão e imobilizada por vários policiais, um deles ainda aplicou um mata-leão para, supostamente, “conter a reação” da vítima (ver vídeo) que estava no chão, completamente paralisada. Além das prisões, a polícia utilizou bombas de efeito moral, balas de borracha, gás lacrimogêneo e cassetetes contra os manifestantes e a imprensa que estava no local cobrindo o ato. A Avenida Paulista se transformou num palco de guerra, cenas que em muito lembraram o período da Ditadura Militar.

O que chama atenção é que, durante o mês de abril, ocorreram várias manifestações na mesma Avenida Paulista, só que contra o governo Dilma, um deles inclusive chegou a bloquear a avenida por 36h. Contra esses protestos, não houve qualquer reação, a PM e o governo Alckmin (PSDB) permitiram que eles ocorressem. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) chegou a distribuir almoço durante esses atos. No entanto, diante de qualquer possibilidade de reação popular contra o governo interino de Michel Temer a regra é outra: atacar e reprimir com todo o aparato.

 Mesmo com a repressão, o MTST afirmou que não iria retroceder e que manteria o protesto. No início da noite, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, foi obrigado a anunciar “a nova portaria que divulga as entidades para contratação de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, modalidade Entidades”. Ou seja, o governo Temer teve que voltar atrás. A decisão foi comentada durante a assembleia dos trabalhadores. "O governo golpista do senhor Michel Temer teve de recuar, e as habitações serão contratadas (...). Para aqueles que não acreditavam, engulam a nossa vitória. Aqui não tem arrego, arrego tem lá em Brasília", afirmou um dos coordenadores do MTST, Guilherme Boulos.


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