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Crise econômica, Temer e o imperialismo

A crise capitalista avança a passos largos no mundo. A queda da taxa de lucros dos monopólios tem caído de maneira gigantesca no Brasil e no mundo. O imperialismo tem fôlego para aguardar que o governo Temer continue sangrando até 2018? Não. E por isso avançará com muita firmeza para impor um golpe de Estado mais duro, a terceira fase do golpe que só pode ser em uma ditadura de cunho bonapartista – impor uma ditadura de cunho burocrático policial. Mas o limite está colocado pelo desenvolvimento da luta de classes e, principalmente, a aceleração das tendências revolucionárias.

A balança comercial no Brasil continuar batendo recordes. No primeiro semestre deste ano, houve um superávit comercial de US$ 32 bilhões que será utilizado para alimentar a especulação financeira. Mas isso não significa que a economia esteja sadia. A balança comercial carrega a recessão industrial e a recessão econômica. 

As importações no mês de junho deste ano somaram US$ 140 bilhões, mas em 2013 foram US$ 240 bilhões. O Brasil ficou dependente das importações por conta do processo de desindustrialização que se acelerou com o “neoliberalismo”, na década de 1990. 

A inflação é muito baixa e teria gerado deflação em junho, de menos 0,20%. A inflação, que hoje estaria em torno de 4,5%, é muito alta considerando que o País viu a sua economia encolher em quase 10% nos últimos dois anos, além de uma recessão enorme. 

Os juros que estão sendo aplicados são juros usurário. Os juros da dívida pública são de aproximadamente 15%, ou seja, um “negócio da China”. Trata-se da maior taxa de juros que está sendo paga no mundo para os especuladores financeiros. Para o consumidor final, a taxa de juros passou de 129% para 132%.


A recessão industrial aumenta. A especulação financeira dispara

A produção industrial no Brasil teria aumentado 0,8% em maio, mas ainda assim é 18,5% menor que em 2014. A venda de automóveis teria aumentado 4,25% no primeiro semestre, mas entre 2015 e 2017 tinham sido fechadas 1.300 lojas de vendas de carro, o que custou 170 mil postos de trabalho. Neste semestre, caíram as vendas de ônibus em 13,8%, de caminhões em 15,7% e de motocicletas em 21,9%. Tudo o que movimenta a economia está indo ladeira abaixo.

A dívida pública federal oficial, a chamada dívida pública líquida, que é muito manipulada, fechou 2016 em R$ 3,1 trilhões. Mas existem ainda as chamadas operações compromissadas, que é outra forma de dívida do governo por meio do Banco Central, de mais US$ 1,1 trilhões, o que soma um total de dívida pública federal bruta, real, de R$ 4,2 trilhões. A isso se soma a dívida externa que são mais US$ 546 bilhões. Todas as empresas que contraem dívida externa têm como fiador o Estado. O Brasil, portanto, tem uma dívida interna e externa gigantesca, que paga taxa absurdas de juros e de lucros para os grandes especuladores, as maiores do mundo. O Brasil está indo para a bancarrota a passos acelerados. 

Em juros, só no ano passado, foram pagos nas três esferas da administração pública, RS$ 360 bilhões. Neste ano, serão, pelo menos, R$ 402 bilhões. 

Os impostos representam mais de 33% do PIB. Existem 61 milhões de inadimplentes apesar da liberação do Fundo de Garantia que jogou mais RS$ 42 bilhões na economia. 

O desemprego no Brasil é enorme. Fala-se em 14 milhões de trabalhadores, mas somando quem está desempregado há mais de três meses, esse número sobe para 25 milhões, segundo os dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). 

Existem no Brasil, neste momento, 33,3 milhões de trabalhadores com Carteira de Trabalho assinada, de uma população ativa oficial, de acordo com os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) de 103 milhões de trabalhadores, mas que, na realidade, supera os 115 milhões de pessoas. Considerando o número de terceirizados, a quantidade de empregados sobre para pouco mais de 50 milhões. Portanto, o número de desempregado é de aproximadamente 60 a 70 milhões de trabalhadores. A miséria só aumenta e, ao mesmo tempo, há o problema central de que o Brasil se encontra na linha de frente da crise capitalista mundial.


A crise capitalista mundial “remix”

A história ameaça voltar a se repetir, conforme Karl Marx disse no seu famoso livro “O XVIII Brumário de Luis Bonaparte”, desta vez, como uma farsa (a primeira vez acontece como uma tragédia).

Há 20 anos, em 1997, aconteceu a crise dos chamados Tigres Asiáticos, que na época eram considerados a locomotiva do mundo. Foram arrastados a Coreia do Sul, a Malásia, a Indonésia, as Filipinas e a Taiwan. A crise começou na Tailândia. Em 1993, o Banco Mundial tinha publicado um documento chamado “O Milagre do Leste da Ásia” onde dizia que os Tigres Asiáticos representavam o futuro do planeta. Em 1996, quebrou o Banco do Comércio de Bangkok, capital da Tailândia, detonando o estopim.

Dez anos depois, em 2007, a história voltou a se repetir com a bancarrota do Bear Stern, um banco norte-americano. Logo depois, aconteceu a quebra do Lehman Brothers e uns poucos meses depois a falência da AIG, a maior seguradora do mundo. Esta era uma gigantesca seguradora da especulação financeira, das apostas e contra-apostas promovidas a partir dos derivativos financeiros, que representam a forma mais podre da especulação financeira mundial. A especulação movimenta hoje mais de US$ 700 trilhões, ou dez vezes o volume da economia mundial produtiva, que já é muito parasitária.

Para o próximo período, está colocado um novo colapso capitalista mundial de proporções muito maiores que os anteriores. O Brasil se encontra na linha de frente rumo ao abismo. A crise econômica é o combustível que colocará em movimento à classe operária mundial


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