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Mecanização do campo gera demissões de trabalhadores



Os dados do Censo Agropecuário 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a mecanização no campo vem reduzindo o total de pessoas que nele trabalham. A pesquisa mostra que entre 2006 e 2017, quase quatro empregos no campo foram eliminados para cada trator adquirido.

Em 2017, 15.036.978 pessoas trabalhavam em estabelecimentos agropecuários, 1.530.566 a menos do que o registrado pelo censo em 2006. Em 1985 eram 23,4 milhões.

O número de tratores no campo aumentou 49,7% em 11 anos, sendo que para um total de 1.228.634 unidades, 407.916 são novas máquinas. Mais de 200 mil estabelecimentos passaram a usar tratores neste período, alcançando um total de 733.997 produtores em 2017. O número de 2017 é quatro vezes maior do que o registrado no Censo Agropecuário de 1975, quando havia 323 mil tratores em uso no campo.

Com relação aos agrotóxicos, a ampliação do seu uso foi destacada no Censo Agropecuário de 2017, onde 1,681 milhão de produtores usaram agrotóxicos no período de referência da pesquisa, um avanço de 21,2% em relação ao censo de 2006.



A tecnologia a serviço da exploração



Lamentavelmente, os dados revelam o raciocínio nefasto dos exploradores, dos monopólios e oligarquias do campo que, se pudessem, usariam as tecnologias para destruir os trabalhadores.
   
Ao invés de pensar que as máquinas são desenvolvidas pelos homens para garantir-lhes qualidade de vida, estes senhores usam as tecnologias para ampliar o processo de exploração.

É inconcebível a quem explora pensar em qualidade de vida para os seus explorados. A reivindicação de redução de jornada de trabalho, por exemplo, que poderia ser viabilizada através do uso da tecnologia, é algo absolutamente impensável para os latifundiários. Esta realidade afeta os trabalhadores da cidade e do campo.

Melhor demitir quatro e os que sobrarem continuarem em jornadas extenuantes, contando agora com o magnífico suporte da máquina, do que racionalizar o trabalho, redimensionar o tempo de modo que todos trabalhem menos usando a máquina para melhorar a vida do coletivo. A sede por lucros é o que move essa parcela de parasitas, mesmo que isso represente a escravização de outros seres humanos.

Só há um jeito de colocar a tecnologia a serviço do desenvolvimento da humanidade: rompendo com a estrutura de exploração instituída pelo sistema capitalista. Ou seja, o desenvolvimento da ciência já está colocado de tal forma que poderíamos trabalhar muito menos, usando a maior parte do tempo para o desenvolvimento do nosso intelecto, para fazer o que nos dá prazer. Todavia, isto será impossível no marco do capitalismo, razão pela qual devemos lutar pelo governo dos trabalhadores da cidade e do campo.

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