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“Procura-se emprego”: as dificuldades de ingressar no mercado de trabalho

As crises do capitalismo, aliadas a recessão que se instalou no Brasil, frearam o crescimento e a geração de empregos, deixando milhões desempregados e acabando com a geração de novos postos de trabalho. O mercado estagnado tem dificuldades em abarcar os jovens recém-formados nas escolas, cursos técnicos e faculdades. Mesmo os que possuem experiência nas áreas escolhidas, ainda encontram dificuldades no cenário caótico em que o mercado de trabalho se transformou. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a média brasileira de jovens desempregados é maior que o dobro da média mundial, que estava no patamar de 13,1%. O Brasil, por sua vez, segundo o estudo conduzido pela OIT, ficou com praticamente 30% dos jovens desempregados até o fim de 2017.

Por muitas vezes os jovens veem essa dificuldade como impedidores, chegando a cogitar outras carreiras e desistindo de sua formação inicial para se aventurar em outras áreas. Algumas vezes, até aceitando trabalhos sem ligação com sua formação apenas para sobreviverem. O real problema não se encontra na formação, mas no capitalismo. Afinal, para o capitalismo, é necessário a manutenção de um exército de desempregados como forma de assegurar a competição entre a própria classe trabalhadora e manter os salários o mais baixo possível. Para os capitalistas, se há desempregados, isso é sinal que se pode barganhar diminuição de salários. E se o trabalhador empregado não aceitar, há inúmeros outros em situação desesperadora que aceitariam.

Formação superior não é mais suficiente


Com os limitados avanços promovidos pelo governo petista, houve a criação de vagas universitárias, incentivo à programas de pós-graduação, dentre outras melhorias. A partir da especialização, as empresas, por sua vez, começaram a exigir cada vez mais de seus empregados. Na década de 80, ter um curso superior era o suficiente para entrar facilmente numa empresa de grande porte. Hoje, além da experiência é preciso ter pós-graduação, mestrados, doutorados, MBA’s, conhecimentos em línguas estrangeiras etc., todos “diferenciais” que as empresas buscam para afunilar a já dura competição que se instaurou nas filas de emprego.
Essas exigências são pautadas na base da extração de mais-valia dos trabalhadores. Um trabalhador melhor capacitado conseguirá trabalhar mais, em vários setores diferentes, a um custo menor do que se fossem contratados vários profissionais para desempenhar as mesmas funções, gerando assim mais lucro para a empresa. Ao centralizar as funções em uma pessoa e pagar a ela um salário acima do mercado, elimina-se a necessidade de empregar mais dois ou três funcionários e se cria a ilusão que os grandes capitalistas estão sendo generosos, porém, estão apenas ampliando a intensidade do trabalho e a exploração.

A falácia da experiência

Algumas empresas, em suas entrevistas, perguntam aos seus futuros empregados se os mesmos possuem experiência na área. Porque isso ocorre? As empresas dizem que o capital gasto para treinar um jovem para uma função é muito grande e, com isso, não tem condições de investir em outras áreas. Mas vejamos: o tempo de treinamento é de normalmente, três meses. Nesses três meses, o jovem em experiência recebe menos, não tem todos os benefícios e recebe o mesmo volume de trabalho. Então, qual a diferença? A verdade é que as empresas capitalistas não visam contratar jovens em início de carreira. Pelo potencial de exploração, preferem contratar trabalhadores com uma formação mais defasada, porém com anos de prática. Ao contratar esse trabalhador para empenhar a mesma função dos recém-formados, pode pagar menos a ele pela “formação” e terão assim, mais lucros com um investimento menor.

O Capitalismo usa todas as formas de manobra para manter seus lucros sobre o esforço dos trabalhadores. Cultivar um exército de jovens desempregados ou em subempregos faz parte dessa vil tática de controle. Devemos estar atentos e denunciar a manipulação que fazem com os jovens para que todos possam trabalhar naquilo que escolheram, em prol da sociedade que almejamos: a sociedade comunista.


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