• Entrar
logo

Ku Klux Klan anuncia apoio a Bolsonaro

O ex-lider da Ku Klux Klan, David Duke, veio a público, em programa de rádio que comanda, no dia 16 de outubro, afirmar que o candidato à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), tem ideias bem próximas ao grupo que liderou. Duke é um historiador estadunidense, que frequentemente profere afirmações racistas e absurdas, como o fato de caracterizar Nelson Mandela como um “terrorista”, negar o holocausto promovido por Hitler, que assassinou milhões, e pregar abertamente a supremacia branca.

Sobre Bolsonaro, David Duke afirmou: “ele soa como nós. E também é um candidato muito forte. É um nacionalista [...] Ele é totalmente um descendente europeu. Ele se parece com qualquer homem branco nos EUA, em Portugal, Espanha, ou Alemanha e França. E ele está falando sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e a enorme criminalidade que existe ali, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro”.

Como se percebe, Duke associa de maneira porca e racista, a criminalidade no Brasil com as periferias, ao povo negro, e ressalta as “qualidades” de Bolsonaro, principalmente a partir da cor da pele.

Completamente lunático, a única crítica que Duke faz a Bolsonaro, é o fato do candidato do PSL ser abertamente pró Estado de Israel. Isso porque, como dito acima, Duke afirma que o holocausto judeu foi uma mentira, mesmo com toda a documentação histórica provando o contrário.

Quem foi a Ku Klux Klan

A fala do ex-dirigente da Ku Klux Klan é muito significativa. Conhecida como KKK, foi uma organização secreta fundada em 1866 nos Estados Unidos, contando a princípio com membros que eram parte do exército confederado, um dos lados da guerra civil dos Estados Unidos (1861-1865), especificamente a parte que era contra a abolição da escravidão.

A organização funcionou como uma forma de resistência às políticas populares que vinham sido adotadas nos Estados Unidos, como a própria abolição da escravidão. Acreditavam, piamente, que os brancos eram “naturalmente superiores” aos negros, que deveriam ser mantidos em condição de subserviência.

Essa crença supremacista fazia com que seus membros promovessem atos de violência cotidianamente contra os negros libertados. Vestindo capuzes brancos e tendo uma cruz em chamas, a organização que chegou a contar com mais de 4 milhões de membros, perseguia abertamente pessoas pela sua cor de pele, torturava e assassinava pessoas com requintes de crueldade.

Embora tenha perdido a força após a Grande Depressão, crise econômica da década de 1930 nos Estados Unidos e com reflexo em todo o mundo, a KKK voltou à ativa nos anos 60, quando o movimento negro estadunidense foi às ruas na luta pelo fim do apartheid, regime de segregação racial legalizado nos EUA, com ligações diretas a atos como o assassinato de Martin Luther King.

Combatida pelos grupos antirracistas, tanto nas ruas quanto nos tribunais, a organização perdeu grande parte da sua força na década de 70. Porém, ainda hoje continua em atividade, principalmente ligada a grupos neonazistas, que pregam a superioridade da raça ariana no mundo. Prova que continua existindo é esse David Duke, ex-líder da organização, comandar um programa de rádio nos Estados Unidos.

Bolsonaro significa morte ao povo marginalizado

Embora tenha rejeitado o apoio da KKK em suas redes sociais, a fala de Duke, que afirma que Bolsonaro “soa como nós” não deixa dúvidas sobre o que realmente representa o candidato do PSL. Se eleito, Bolsonaro aprofundará o apartheid social já existente no Brasil, em que o povo pobre, os negros, as mulheres e os LGBT’s estão submetidos. A perseguição às minorias pautou toda vida pública de Bolsonaro que, enquanto deputado, votou a favor de toda proposta de retirada de direitos da classe trabalhadora. Porque como presidente faria diferente?

Mais que isso, seus discursos de ódio fazem com que seus apoiadores se sintam à vontade para promover violência contra minorias, como demonstram os mais de 50 ataques realizados por seus apoiadores durante o período eleitoral. Assim como outrora fizeram os membros da Ku Klux Klan, os apoiadores de Bolsonaro têm tentado intimidar, coagir e vem promovendo violência física contra minorias, como o caso da travesti assassinada no centro de São Paulo a facadas, no dia 16 de outubro.

Posicionar-se a favor de Bolsonaro é posicionar-se a favor de grupos supremacistas e que promovem a violência, como a KKK. Com ele eleito, os marginalizados andarão com um grande alvo nas costas e seus apoiadores e a polícia receberão “licença para matar”. Mais que nunca precisamos entender que Bolsonaro nunca representou e jamais poderia representar uma mudança positiva para a maior parte da população brasileira.


Topo