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Perspectivas para a Venezuela

No último dia 12 de dezembro, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, concedeu uma entrevista coletiva aberta à toda a imprensa venezuelana e internacional, afirmando que os Estados Unidos estão fazendo um complô junto aos governos da Colômbia e do Brasil para tirá-lo do poder, assassiná-lo e, em seguida, implantar um governo ditatorial na Venezuela.

Para justificar tal afirmação, Maduro repercutiu uma fala do vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, que em novembro do ano passado, numa entrevista à BBC News, afirmou que é possível fazer “tudo o que pudermos para buscar uma solução que pacifique a Venezuela”. Segundo o presidente da Venezuela: “Dizer que uma força militar brasileira vai invadir a Venezuela é coisa de louco. Vocês acham que nesta terra não há quem a defenda? Que não se enganem nunca, porque vamos dar a eles uma lição que não vão esquecer por mil anos. Vamos dar uma lição de dignidade e de força também. Aos loucos da ultradireita, seja do Brasil, da Colômbia ou de onde seja”.

As maquinações políticas e econômicas imperialistas para jogar países do terceiro mundo uns contra os outros não é novidade. O que estamos vendo se desenvolver na América Latina já é a realidade em países do Oriente Médio e da África. Houve apenas uma mudança de cenário. Com uma crise econômica que, entre idas e vindas, já passa uma década, os grandes capitalistas estão desesperados para conter a queda de sua taxa de lucros.  

 

China, Rússia e Turquia no caminho

 

Obviamente, as maquinações dos Estados Unidos não passarão ilesas de críticas e mesmo de conflitos internacionais. Se, por um lado, os Estados Unidos usam os governos “fantoches” do Brasil, Colômbia e Argentina para pressionar Nicolás Maduro, por outro, temos potências como a China e a Rússia anunciando auxílio à Venezuela.

Após viagem diplomática de Maduro à China, em setembro do ano passado, o governo de Xi Jinping anunciou um investimento de US$ 250 milhões para aumentar a produção de PDVSA, a companhia petrolífera estatal venezuelana. Poucos dias depois, em 18 de dezembro, a Rússia acertou com o governo de Maduro o uso da Ilha La Orchila, no litoral da Venezuela, para montar uma base militar que sirva como logística para os bombardeiros Tu-160 Blackjack, os mais importantes aviões de ataque de longo alcance russos. A Ilha fica a apenas 1500 km de distância da Flórida, nos Estados Unidos. Mesmo a Turquia, país de menor expressão no mercado mundial, tem fechado acordos econômicos com o governo venezuelano.

A Venezuela está em situação cada vez mais delicada, uma vez que o País é rodeado pela pressão imperialista, que está em busca das ricas reserva de petróleo da região. O que a imprensa chama de “crise humanitária” é, em grande parte, consequência dos embargos comerciais imperialistas. Isso mostra que a dependência do regime é sempre perniciosa. O caminho que deve ser adotado pelo governo e a classe trabalhadora venezuelana, para além dos acordos com outras potências, é a quebra violenta com o sistema político-econômico capitalista e a construção do socialismo.

É preciso ficar atento: a ascensão de governos com características totalitárias, como Donald Trump, nos Estados Unidos; Jair Bolsonaro, no Brasil, e Ivan Duque, na Colômbia, são prenúncios históricos de guerras em largas proporções. No desespero para continuar se “auto reproduzindo”, o sistema capitalista não vê mal algum em fazer guerras e destruir a produção e, com isso, ter como crescer novamente, não importa o número de vidas que isso custe. Uma guerra, nesses moldes, nada interessa à classe trabalhadora. O único combate que deve ser travada pelo proletariado é pela sua libertação da opressão do sistema capitalista.

 


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