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Rompimento da Barragem de Brumadinho: mais um crime ambiental das mineradoras

Pouco mais de três anos do rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, mais um crime ambiental de responsabilidade das mineradoras assola o Brasil. Foi registrado, na tarde desta sexta-feira, dia 25, o rompimento da barragem de rejeitos de minério, Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Não por acaso, a empresa responsável pela barragem de Brumadinho era a Vale, uma das maiores empresas de mineração do mundo, que também controlava a barragem de Mariana.


As informações sobre vítimas ainda estão desencontradas. A Defesa Civil afirmou que irá fazer a remoção dos moradores da parte mais baixa da cidade, na região metropolitana de BH. As prefeituras das cidades vizinhas, como Juatuba, emitiram notas alertando a população para se manter longe do curso d'agua, em especial do Rio Paraopeba, pois não se sabe a gravidade do desastre. O museu a céu aberto, Inhotim, que também fica na cidade, fez a retirada de funcionários e visitantes de suas dependências.


Os vídeos que circulam nas redes sociais e portais de notícias dão um primeiro apanhado do estrago causado pelo rompimento. Conforme relato dos moradores, o mar de lama já destruiu e soterrou casas, restaurantes, comércios, automóveis etc. Isso sem falar da degradação ambiental na área e regiões próximas. O Rio São Francisco poderá ser atingido por esse crime ambiental, aos moldes do que ocorreu no caso Mariana, cuja lama chegou ao Rio Doce, percorrendo 650 Km até sua foz, na cidade de Linhares, no Espírito Santo.


A destruição provocada por este rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão já coloca em risco o abastecimento de milhares de famílias em mais de 48 municípios da Bacia do Paraopeba. Sem contar que outra grande preocupação é que duas outras barragens, que podem também ser atingidas, estão no percurso desta destruição em lama tóxica, e, se romperem, será um verdadeiro caos.
Esse crime é reflexo direto da política de privatização e da ganância capitalista. Para manter suas taxas de lucros, os empresários e grandes monopólios não se importam em destruir cidades, florestas, matar milhares de pessoas etc. Não podemos nos esquecer que mesmo rompimento de Mariana tendo sido considerado o maior desastre socioambiental que já atingiu o Brasil, ainda hoje não há nenhuma previsão de reparação de tal crime por parte da Fundação Renova, empresa sem fins lucrativos que foi criada para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem. Nenhuma casa foi construída e as empresas responsáveis sequer foram punidas. Pior, os milhares de famílias prejudicadas não foram nem mesmo reconhecidas como atingidas.


Precisamos denunciar essa atrocidade e exigir a imediata punição dos criminosos, bem como a reparação e total apoio à população e atingidos pelas barragens.

Confira a nota do MAB - Movimento Atingido por Barragens:
 

O Movimento dos Atingidos por Barragens -MAB presta solidariedade com os atingidos pelo rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão que pertence a Vale ocorrida no início dessa tarde. Mais uma vez, o lucro está acima de vidas humanas e do meio ambiente.

Denunciamos o atual modelo de mineração, com empresas privatizadas e multinacionais que visam o lucro a qualquer custo que afeta a vida de milhares de pessoas. Há apenas 3 anos do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, mais um crime contra a vida é fruto desse modelo que apenas provoca tragédias anunciadas.

A Barragem tem capacidade de 1 milhão de m³ de rejeitos, que agora serão derramados sobre o Rio Paraopeba, deixando um rastro de destruição e morte e colocando em risco o abastecimento de milhares de famílias em mais de 48 municípios da Bacia do Paraopeba.

Desde o ano de 2015, inúmeras denuncias vêm sendo feitas pelo risco de rompimento de barragens do Complexo, e ainda assim a Mina Córrego do Feijão teve sua ampliação aprovada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental em dezembro do ano passado, 2018.

O Movimento dos Atingidos por Barragens reafirma que está com os trabalhadores e famílias atingidas nesse momento difícil e segue firme em luta pelos direitos dos atingidos.

Para buscar informações e prestar solidariedade, uma comitiva do MAB já está a caminho de Brumadinho.

Contatos:

31 98433-1451

35 99818-5889

Aguas para vida! Não para morte!


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