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Manifestações em todo Brasil no dia 30 de maio

No último dia 30 de maio, em todo o Brasil, estudantes, profissionais da educação e trabalhadores de outras categorias voltaram às ruas para defender a educação pública, gratuita e de qualidade e contra a aprovação da Reforma da Previdência. Após o fracasso retumbante das manifestações pró-governo, realizadas dias antes, no dia 26 de maio, aqueles que lutam contra os desmandos do governo de extrema-direita demonstraram força, mobilização, capilaridade e capacidade de ação.

Foram registrados atos em todos os estados da Federação e em, no mínimo, 208 cidades. Nos grandes centros urbanos, as manifestações foram gigantescas. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte foram centenas de milhares de manifestantes. Em São Paulo, a concentração foi no Largo da Batata e os estudantes e trabalhadores seguiram em marcha até a Avenida Paulista. No Rio de Janeiro, o trânsito foi totalmente interditado na Avenida Presidente Antônio Carlos, Primeiro de Março e Presidente Vargas. Em Belo Horizonte, a concentração foi na praça Afonso Arinos e houve passeata até a Praça da Estação.

Em Recife, a manifestação foi até maior do que a realizada no dia 15 de maio, com concentração em frente ao Ginásio Pernambucano e passeata até à Praça da Independência. Em Fortaleza, milhares de pessoas se concentraram na Praça de Gentilândia e fizeram caminhada até a Concha Acústica da Universidade Federal do Ceará. Em João Pessoa, a concentração foi na entrada de Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com passeata até a Praça da Paz. Em Salvador, os manifestantes se concentraram no Largo do Campo Grande e fizeram passeata de cerca de dois quilômetros até a Praça Castro Alves.

Em Brasília, mais de 80 mil pessoas bloquearam a passagem até a Esplanada dos Ministérios e caminharam até o Congresso Nacional. No início da tarde, houve princípio de enfrentamento em virtude da truculência da Polícia Militar. Em Belém (PA), as aulas foram suspensas na Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia e Instituto Federal do Pará e o ato reuniu, novamente, milhares de pessoas. Em Porto Alegre, milhares se reuniram na Esquina Democrática e caminharam até o Largo Zumbi dos Palmares. Em Curitiba, a concentração foi em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná. Os manifestantes recolocaram, na fachada do prédio, a faixa com os dizeres “Em Defesa da Educação” que havia sido retirada pelos durante a minúscula passeata pró-Bolsonaro, realizada no dia 26.

Além das manifestações nas capitais, cidades interioranas também registraram atos, com destaque para Campinas (SP), Volta Redonda (RJ), Uberlândia (MG), Feira de Santana (BA), Caruaru (PE), Quixadá (CE), Londrina (PR), Rondonópolis (MT), Santarém (PA), Joinville (SC), Campina Grande (PB) e Pelotas (RS). As manifestações em centenas de cidades mostram a unidade nacional em defesa da educação e contra a Reforma da Previdência.

 

Weintraub tenta reagir

 

Diante de tantas manifestações contrárias aos seus mandos e desmandos, o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), chegou a divulgar nota (enviada diretamente a jornalistas) na tentativa de censurar os protesto, afirmando que “instituições de ensino públicas não podem promover movimentos políticos”. Declarou ainda que o Ministério recebeu 41 reclamações com esse cunho na Ouvidoria do MEC. Ou seja, para o ministro, 41 reclamações anônimas, que não sabemos se foram feitas por robôs digitais, teriam um peso maior do que milhões de pessoas protestando nas ruas contra os cortes que matarão a Educação pública no Brasil. Não é de se espantar essa “lógica” matemática vindo de alguém que tentou fazer contas para explicar os cortes na educação comparando com chocolates e que fez vídeo dançando com guarda-chuva para denunciar um reitor.

Como fica claro, a resposta do governo aos protestos será o aumento da censura e perseguição. Vale lembrar que o Advogado-Geral da União (AGU), André Mendonça, protocolou, no último dia 28 de maio, um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF), para liberação de operações policiais nas universidades a fim de coibir o que ele chama de “viés ideológico” de professores em ambientes públicos. Tal medida, juntamente com o incentivo de denúncias junto ao MEC contra atos e protestos é a aplicação prática da Escola sem Partido. O aumento da repressão é sempre o caminho utilizado quando a burguesia perde o controle.

O movimento não pode ceder a essas chantagens e tentativas de censura e repressão. Como mostraram os atos dos dias 15 e 30 de maio, a juventude estudantil e a classe trabalhadora não estão dispostas a ter seus direitos a estudar e se aposentar retirados. O ato de 14 de junho, chamado por todas as centrais sindicais e instâncias representativas dos estudantes, promete ser ainda maior. A mobilização será contínua e a Greve Geral é o principal instrumento de resistência e luta da classe trabalhadora.

14 de junho: Greve Geral!

Contra a Reforma de Previdência

Pela revogação da Reforma Trabalhista e demais ataques!

Por uma Educação pública e de qualidade!

Pela unidade na luta entre os estudantes e a classe trabalhadora! Greve Geral por tempo indeterminado e com ocupações para barrar os ataques!

 


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