• Entrar
logo

Economia no governo Bolsonaro: tragédia anunciada

Jair Bolsonaro se elegeu com um discurso de que colocaria a economia brasileira “nos eixos”. Para isso, contava com o “superministro” da economia, Paulo Guedes. Porém, o que os cinco primeiros meses de governo mostram é que a economia está longe de se recupar da forte crise que o mundo capitalista passa desde 2008. Neste sentido, os indicativos econômicos demonstram apreensão do “mercado” com os rumos tomados pelo governo – o desemprego e a informalidade crescem a níveis alarmantes. As únicas “promessas de campanha” que vêm sendo rigorosamente cumprida por Bolsonaro é a retirada de direitos da classe trabalhadora e a venda do Brasil para o exterior, a entrega das riquezas naturais brasileiras a preço de banana.

O Índice de Confiança da Indústria, pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que no mês de maio, caiu 0,7, alcançando a casa de 97,2 pontos. Essa pesquisa indica a confiabilidade do mercado industrial no Brasil. A perspectiva de contratações no setor industrial também recuou 3,6 pontos. As empresas que previam aumento de pessoal caíram de 17,6% para 13,9%. Em compensação, as que preveem diminuir o pessoal saltou de 16,8% para 17,1%. Outro setor que aponta queda é o Índice de Confiança da Construção, que caiu 1,8 e ficou em 80,7 pontos, menor índice desde setembro de 2018. O Índice de Confiança Empresarial caiu dois pontos em maio, passando para 91,8 pontos, menor índice desde outubro de 2018.

Em entrevista ao portal de notícias G1, em 28 de maio, o Superintendente de Estatísticas Públicas da FGV, Aloísio Campelo Junior, afirmou que “as expectativas da indústria continuam piorando em maio e retratam agora um empresariado ligeiramente pessimista em relação aos próximos meses”. Ou seja, Bolsonaro não está dando os retornos desejados mesmo para a classe para quem prometeu governar.

O balanço comercial brasileiro também registrou forte queda. Segundo levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no primeiro trimestre de 2019, o comércio exterior do Brasil registrou a terceira maior queda dentro do G20, ficando atrás apenas da Coréia do Sul e Indonésia. Em números, a contração em importações e exportações foi de US$ 6,9 bilhões (R$ 26,6 bilhões). Como resultado disso, o superávit das contas do Governo Federal em abril foi o menor valor para o mês em 21 anos, ficando em apenas de R$ 6,537 bilhões. O governo Bolsonaro naufraga cada vez mais em seu próprio discurso.

 

Vender tudo que for possível e retirar direitos

 

No campo social, os resultados da aplicação prática da Reforma Trabalhista são simplesmente catastróficos. Dada a falta de geração de empregos, a saída encontrada por brasileiros tem sido a informalidade. Hoje, no Brasil, oficialmente, são 13,4 milhões de desocupados e 23,8 milhões de subocupados. A renda do trabalhador se torna inconstante e o aquecimento da economia pelo consumo também, o que gera um círculo vicioso de baixo crescimento econômico. Soma-se a isto a tentativa do governo de aprovar a Reforma da Previdência, cujo resultado será milhões de trabalhadores que nunca conseguirão o tempo mínimo para se aposentar.
 
Com relação a venda das riquezas naturais, o fatiamento e entrega da Petrobras está na ordem do dia. Além das vendas realizadas no pré-sal, vendido à iniciativa estrangeira no dia 27 de maio de 2019, a Empresa anunciou a venda de sua participação em 27 campos de petróleo terrestres, pronto para extração, no Espírito Santo. Os campos produziam 2,8 mil barris por dia, além de 11 mil metros cúbicos de gás. Para piorar, a Empresa informou, no último dia 30 de maio, que o processo de desinvestimento nos campos de petróleo de Campos e Enchova, no Rio de Janeiro, já estão em processo de oferta final. Enquanto isso, nas bombas de gasolina, o preço do combustível alcança o valor médio de R$ 4,55. Ou seja, entrega-se o petróleo ao capital estrangeiro e onera-se cada vez mais a população.

Bolsonaro, assim, segue seu plano de aprofundamento do neocolonialismo no Brasil. Entrega de riquezas naturais, desestabilização da economia e retiradas de direito da classe trabalhadora são os efeitos imediatos desta política. Para superar tal cenário, os trabalhadores devem lutar contra a venda de riquezas naturais, a favor da reindustrialização do País e da soberania nacional.

 


Topo