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Petrobrás vende mais sete campos de exploração de petróleo

Em mais uma clara mostra do desespero em entregar as riquezas naturais do país, na última sexta-feira, 9 de agosto, a Petrobrás anunciou a venda de mais sete campos de exploração de petróleo no Rio Grande do Norte para a 3R Petroleum e Partipações, fundo que é enquadrado como microempresa, formado por dois sócios, Ricardo Rodrigues Savini e Daniel Annucaro Lassance Soares. O negócio, fechado por US$ 191 milhões, entregou o Polo Macau, que engloba os campos de extração de Aratum, Macau, Serra, Salina, Cristal, Lagoa de Aroeira, Porto Carão e Sanhaçu. Juntos os campos produzem cerca de 5,8 mil barris de petróleo por dia.

Oficialmente, a Petrobrás vem tratando as sequenciais vendas de campos de petróleo com a palavra “desinvestimento”. A própria 3R Petroleum, em novembro de 2018, já havia comprado 34 campos terrestres no entorno da cidade de Mossoró, também no Rio Grande do Norte, por US$ 384,2 milhões.

Essas vendas estão alinhadas com as perspectivas lesa-pátria e privatistas do governo de Jair Bolsonaro, capitaneadas pelo “super-ministro” da economia, Paulo Guedes. Ao entregar a exploração de campos de petróleo para o capital privado, o Estado brasileiro perde importante fonte de arrecadação, que deveria ser revertida em investimentos de cunho social, como melhorias do sistema de educação e saúde públicas.

O “desinvestimento” já apresenta trágicos sinais. Segundo pesquisa realizada em agosto pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a pedido do Estadão/Broadcast, a indústria extrativista nacional, da qual a Petrobrás e a já privatizada Vale são as maiores empresas, deixará de arrecadar R$ 13,7 bilhões, a preços de 2018. A queda será de 9,5% em relação ao ano anterior.

Para além da perda bruta em arrecadação, a privatização pode levar a fins trágicos e colocar em risco a soberania energética nacional pois a missão da estatal é garantir o abastecimento dos subprodutos do petróleo, principalmente os destinados à indústria. Além disso, não imbuídas da necessidade do retorno social que deveria ter uma estatal, as empresas privadas buscam apenas aumentar o próprio lucro para encher o bolso de seus acionistas, nem que isso leve a mortes e a desastres ambientais, como se vê no exemplo da Vale. A acelerada entrega da Petrobrás não tardará a ser relacionada a vazamentos nos campos marítimos de extração de petróleo causando irrecuperáveis danos ambientais, uma vez que reformas estruturais que visem o impedimento de crimes ambientais são consideradas gastos excessivos por aqueles que esperam apenas extrair a maior quantidade de lucro possível coloca em risco a soberania energética nacional, pois a missão da estatal é garantir o abastecimento.

Fantoche do imperialismo, o governo Bolsonaro segue firme na missão a que foi imbuído: retirar todos os direitos da classe trabalhadora, precarizar e privatizar todas as empresas e prestações de serviços públicos que forem possíveis, além de garantir a entrega das riquezas naturais brasileiras. É necessária mobilização, em âmbito sindical, social e popular, contra este governo entreguista. Apenas a mobilização da classe trabalhadora dará conta de deter a completa e irrestrita entrega do Brasil ao capital privado.


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