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Processo de privatização do SERPRO e DATAPREV já estaria acontecendo?

Confira aqui a matéria do Sindados-MG sobre a privatização das empresas SERPRO e DATAPREV, empresas estatais vitais para o funcionamento de toda a rede de dados brasileira:

Em pesquisas realizadas para tentar entender o que estaria por trás do anúncio de privatização do SERPRO e DATAPREV, encontramos uma reportagem Folha de São Paulo, de 19/03/2019, cuja manchete foi: “Comissão de Ética cobra time de Guedes por vínculos com empresas de TI”.

Esta reportagem destacou à época:

- Que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu cobrar explicações de integrantes do time digital montado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre seus vínculos com empresas de Tecnologia da Informação (TI) e informática;

- Que a decisão foi tomada, por unanimidade, após a Folha noticiar que os principais cargos da equipe foram ocupados por sócios de empresas desses dois setores, potenciais interessados nas políticas públicas da pasta;

- Que em 2018, os gastos do Governo Federal com TI foram de R$ 8,4 bilhões;

- Que a Comissão de Ética pretendia obter informações dos nomeados para avaliar possíveis situações de conflito do interesse público com o privado;

- Que o secretário de Governo Digital, Luís Felipe Salin Monteiro, um dos principais nomes do projeto de “desburocratização” do governo, tinha participação na empresa LFM TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS, cujas atividades principais são a criação de programas sob encomenda e a prestação de serviços de consultoria em TI;

- Que a atual presidenta da DATAPREV era sócia e se mantinha administradora, até o início de fevereiro, da EDINGTON ESTRATÉGIA E CONSULTORIA DE NEGÓCIOS, empresa de TI e avaliação de gestão de negócios, criada em 2016;

- Que o marido desta executiva, e seu sócio na EDINGTON ESTRATÉGIA, é dono da NEWCOM WORLD COMÉRCIO E SERVIÇOS, empresa que comercializa equipamentos de informática, telefonia e comunicação e faz manutenção e serviços de TI.

- Que o ministro Guedes escolheu o ex-secretário de Gestão da Prefeitura de São Paulo no governo do tucano João Doria (janeiro de 2017 a abril de 2018), o advogado Paulo Uebel, para comandar a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital. Uebel era sócio e executivo do grupo WEBFORCE, espécie de “incubadora” que cria, desenvolve e negocia empresas, inclusive de TI. No período em que esteve no grupo, entre agosto de 2018 e janeiro de 2019, foi responsável pela montagem de um fundo de investimentos em startups e empresas de tecnologia;

- Que para a presidência do SERPRO foi nomeado o cidadão que participou do processo de privatização das empresas de telecomunicação no governo FHC, com compras e vendas milionárias de sites, incluindo o HPG, site de hospedagem, que também era sócio da WEBFORCE;

 

Dados do nosso povo e das empresas: o ouro que querem vender

 

O SERPRO e a DATAPREV, que hoje integram a estrutura do Ministério da Economia, são empresas estratégicas que dão lucro e não dependem do Orçamento Geral da União. Certamente, os dados que estão sob a guarda destas empresas são uma fonte preciosa para os negócios da iniciativa privada.

As informações dos cidadãos e das empresas, guardadas nos servidores do SERPRO e da DATAPREV, nos permite afirmar que a soberania do País está em risco ante a ameaça de privatização, pois são dados de segurança nacional.

Seguramente, quando acontece o anúncio da privatização significa que passos anteriores já foram dados neste sentido – redes já foram criadas e há os que querem fazer fortuna, pouco se importando com as consequências deste ato para o Brasil e os brasileiros.

Não podemos esquecer que esses governos e suas representações já fizeram a Reforma Trabalhista para reduzir direitos dos trabalhadores brasileiros, tornando-os mais baratos; estão fazendo a Reforma da Previdência, que se aprovada destruirá mais uma série de outros direitos; colocaram em andamento uma nova Reforma Trabalhista, porque o que foi reduzido de direitos ainda não foi o suficiente para o plano de exploração e estão tentando a todo custo reduzir direitos dos Acordos Coletivos de Trabalho de um modo geral, em todas as categorias.

Menos direitos, menor custo, mais fácil para vender as empresas. Esta é a lógica.

Os trabalhadores do SERPRO e DATAPREV precisam lutar com todas as suas forças para inviabilizar esta privatização anunciada, junto com trabalhadores de outras estatais brasileiras. É muito simples entendermos os infinitos cruzamentos dos dados destas empresas e o que eles implicarão, nos colocando, inclusive, enquanto vítimas dos infinitos negócios que serão feitos a partir desta entrega. Nós e os nossos também seremos vítimas da privatização.

 

NÃO À PRIVATIZAÇÃO DO SERPRO E DA DATAPREV!

NÃO À PRIVATIZAÇÃO DAS ESTATAIS BRASILEIRAS!


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