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Abandono da saúde pública: faltam vacinas em todo o País

O descaso do atual governo em relação à saúde da população faz com que a crise na saúde pública se aprofunde. As vacinas Pentavalente e Tríplice Bacteriana (DTP), necessárias para a imunização de crianças recém-nascidas, estão em falta em vários municípios brasileiros. Os dados são alarmantes. Segundo um levantamento do Ministério da Saúde/PNI, o percentual de brasileiros imunizados só tem diminuído. A taxa de vacinação com Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças causadas por Haemophilus influenza tipo B,como a meningite) caiu de 96,3% para 79,2%. A vacina, que deve ser aplicada aos dois, quatro e seis meses de idade, era importada da Índia, mas foi reprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que devolveu três milhões de doses para os fornecedores.

Outras doenças, como o sarampo e a dengue, evitáveis com vacinas, reapareceram em diversos estados. Cerca de 10 mil casos de sarampo foram registrados no ano passado. Quanto à dengue, houve um aumento de 340% no número de registros em 2019.

Entre 2015 e 2017, o índice de vacinação para poliomielite, por exemplo, sofreu uma redução de 98,3% para 79,5%. Embora não tenha aparecido nenhum registro de poliomielite no País, o risco de contágio tem aumentado. De acordo com o Portal de notícias Hoje em dia, no dia 18 de setembro, faltavam vacinas em 11 dos 18 postos de saúde de Belo Horizonte.

 

Sem previsão de normalização

 

Após o problema com a empresa indiana, o Ministério da Saúde solicitou junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a reposição das vacinas, porém, não havia disponibilidade imediata da vacina no mundo. As 6,6 milhões de vacinas adquiridas pelo Brasil começaram a chegar em agosto e a previsão de normalização do abastecimento é apenas em novembro. Quanto a DTP, apenas 2,4 milhões de doses foram distribuídas aos estados por um problema com a temperatura das doses (variação de temperatura no transporte para o Brasil).

 

Sarampo

 

O Brasil foi atingido por um surto de sarampo no último período. O Ministério da Saúde já confirmou 4.507 casos de Sarampo e quatro óbitos em decorrência da doença, enquanto outros 21.711 casos permanecem sob investigação. Os dados referem-se ao período de 30 de junho a 21 de setembro, e representam 84,3% de todos os casos registrados este ano. O sarampo é transmitido pelo contato com a pessoa contaminada e pelo ar, além de ser uma doença altamente contagiosa, que pode evoluir para complicações, levando à morte.

A maior parte dos casos concentra-se no estado de São Paulo (4.374), divididos em 168 municípios. Logo em seguida estão os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco, com 22 casos cada; Santa Catarina, com 12; Paraná, 13; Rio Grande do Sul, sete; Ceará e Paraíba, com cinco registros cada; Maranhão, Goiás e Rio Grande do Norte, com quatro casos cada; Distrito Federal e Pará, com três casos cada; Mato Grosso do Sul e Piauí, com dois cada, e Espírito Santo, Bahia e Sergipe, com um caso confirmado de sarampo, cada.

A falta de vacinas é um dos reflexos da precarização do Sistema Único de Saúde. Acabar com a imunização é deixar a classe operária, a parcela que depende do SUS, a mercê da própria sorte. Trata-se de uma política de ataque direto contra a população pobre, que não tem condições de pagar para ter acesso às vacinas. Por isso, devemos defender os investimentos e o fortalecimento das políticas e instituições da saúde pública. Defender a saúde pública, gratuita e de qualidade para todos é defender a população em todos os níveis sociais.


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