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Movimento “6000 sardinhas” e a luta contra a ascensão da extrema direita

“Caros populistas, vocês entenderam. A festa acabou”, assim se inicia o manifesto original do movimento #6000sardine (6000 sardinhas, em português), um movimento criado por quatro jovens italianos, desconhecidos, que tomou força no último mês.  O movimento, que se diz antifascista e que não tem a participação de partidos políticos, tinha como intenção reunir mais pessoas do que um comício que ocorria em Bologna, capital da Emília-Romanha, em 14 de novembro de 2019, simultaneamente ao comício do líder da Liga Norte, Matteo Salvini. A Liga é um partido ultranacionalista, de extrema-direita, criado em 1991 e que foi o pivô de uma crise política que levou o primeiro ministro italiano, Giuseppe Conte, a renunciar.

O movimento “tomou” várias praças em toda a Itália desde então. Um total de 300.000 pessoas foram às ruas em Milão, Florença, Nápoles, Veneza e Palermo para se posicionarem contra a extrema-direita. O movimento também contou com manifestações por todo o mundo com o “Global Sardine Day” (dia global da sardinha, em tradução livre). Cerca de 24 metrópoles estrangeiras como Berlim, Paris, Londres, Dublin, Amsterdam, Madri, Copenhague, São Francisco e Nova York tiveram manifestações contra o populismo e o fascismo.

O movimento levou vários italianos a se posicionarem contra o crescimento da extrema-direita, que ronda a Europa. Entretanto, a ascensão de grupos com posicionamentos e discursos xenofóbicos não ocorre somente na Itália, mas também na Inglaterra, com Boris Jonhson; França, com Marie Le Pen; Holanda, com Geert Wilders; Alemanha, com a eleição de 89 deputados do partido de ultradireita AdF (Alternativa para a Alemanha) para o parlamento e em vários outros países.

O movimento “6000 sardinhas” mostra uma alternativa de enfrentamento à extrema-direita nas ruas. Ao conseguir levar, no mesmo dia, mais de 15 mil pessoas às ruas em contraposição ao discurso fascista de Salvini, o “6000 sardinhas” mostra a insatisfação da população italiana com tal política, que serve apenas aos propósitos do imperialismo. Porém, cabe aos partidos de esquerda dar um posicionamento, dirigindo e guiando as bandeiras de luta, afinal, movimentos apartidários, sem uma direção firme e eixos de luta bem definidos, são facilmente cooptados pela direita. No Brasil, a onda direitista não é diferente e a resposta dos trabalhadores tem que se dar no mesmo nível e intensidade das investidas contra as massas. Às ruas!

 


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