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Na crise contra o corona vírus, Bolsonaro escolhe ajudar os empresários

Após ter desprezado os riscos que a pandemia do corona vírus representa e sob forte pressão da população brasileira, assustada com a repercussão da doença, o governo de Jair Bolsonaro anunciou nos últimos dias algumas medidas econômicas para esse  período de crise. Segundo anunciado, o governo pretende realizar alguns pífios investimentos sociais, como um  aumento no Programa Bolsa Família. Porém, até o esse mísero aumento mostrou-se um engodo, pois, dois dias depois do anúncio, o governo cortou 158.452 bolsas, deixando mais de 150 mil famílias sem o benefício. 61,1% do total do corte são bolsas cortadas de moradores da região Nordeste. Com o corte, consolida-se o menor número de beneficiários desde o desde 2017. O atual governo é tão descaradamente mentiroso que, em um cenário de desemprego, justificou o corte afirmando que 330 mil famílias se emanciparam, ou seja, deixaram de necessitar do auxílio. Ou seja, Bolsonaro continua brincando com a vida dos trabalhadores cujas condições de vida os tornam mais vulneráveis aos efeitos da crise sanitária. Já no que tange os interesses da iniciativa privada, o governo não mediu esforços para ampliar a ajuda aos patrões.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a resposta do governo para combater a epidemia do Covid-19 será a ampliação das reformas que retiram direitos dos trabalhadores. Sem negociação com os sindicatos ou quaisquer conversas com representantes dos trabalhadores, o governo prepara uma medida provisória para enviar para o congresso nacional, que é, na verdade, a retirada de vez da CLT durante o estado de emergência evocado para cuidar da pandemia. Os patrões terão liberdade para empreender negociação individual no sentido de cortar em até 50% da carga horária e salários dos trabalhadores no período, desde que não signifique salário abaixo do mínimo. A MP também permite flexibilizar as férias coletivas, que poderão ser anunciadas somente com 48 horas de antecedência, e o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) poderá deixar de ser pago.

As medidas tendem a facilitar a vida dos empresários,  dificultar a dos trabalhadores e complementam o conjunto de ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo desde a aprovação das reformas trabalhista e da previdência.

A gestão econômica desse governo visa a estabilidade e saúde da burguesia imperialista. Ingenuidade acreditar que, no caos, o capitalismo, irá priorizar a  saúde e a vida dos trabalhadores. Se essas medidas passarem pelo Congresso Nacional, que também articula a MP 905 (contrato de trabalho verde e amarelo), cujo relatório foi aprovado no último dia 17, o resultado será o total desamparo aos trabalhadores no momento em que se prenuncia a maior crise da história do país e do mundo. Desemprego em massa e redução salarial são os planos do governo Bolsonaro para conter a crise. Enquanto isso, as contas não pararão de chegar na casa dos trabalhadores, assim como a alimentação e cuidados com a saúde continuarão a ser imprescindíveis para mitigar o impacto da epidemia.  

Nenhum crescimento econômico será possível no próximo período. Diante disso, os trabalhadores devem exigir a proteção a suas vidas e a contenção da epidemia através de políticas públicas severas e voltadas para os interesses do povo e não de um grupo minúsculo de monopólios capitalistas. É preciso organizar a luta contra os planos de extermínio dos mais pobres, colocado por esse governo lacaio do imperialismo norte-americano.

Para atacar os trabalhadores e aprofundar os efeitos da pandemia sobre o povo, a burguesia não está em quarentena. Portanto, as organizações de luta e os partidos de esquerda também não podem estar. É preciso sair da paralisia em que se encontram e criar formas de elevar a consciência dos trabalhadores de que a saída para essa crise avassaladora é a luta classista.

 


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