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África já registra quase 5000 casos de Coronavírus

Dados disponibilizados pelo Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, mostram que os países que compõem o continente africano já somam 4.718 casos do Covid-19, com 152 mortes confirmadas. Dos 54 países, 42 já confirmaram casos do Coronavírus. A África do Sul é o país mais afetado, com 1.280 casos e dois mortos, enquanto o Egito é o que mais soma mortes pela doença, com 40 mortes e 609 infectados.

Na sequência temos o Marrocos, com 516 infectados e 27 mortes; a Argélia, com 511 casos e 31 mortos; Tunísia, com 312 casos e oito mortes e Burkina Faso, com 222 contaminados e 12 mortos. Um levantamento do Centro para a Prevenção e Controle de Doenças da União Africana (CDC África) também apontou que 335 pessoas infectadas haviam se recuperado da doença.

O CDC África indicou nas estatísticas apresentadas que dos 55 países e territórios membros da União Africana, 24 decretaram fechamento total das fronteiras, 10 suspenderam os voos internacionais e 14 impuseram restrições às viagens ou à entrada de estrangeiros provenientes de determinados países. Além destas restrições, a maioria dos estados da União Africana decretou quarentena obrigatória para os viajantes oriundos de países de risco.

O vencedor do prémio Nobel da Paz em 2018, o ginecologista congolês Denis Mukwege, disse, em entrevista à revista francesa “Le Monde”, que é preciso agir rápido para evitar um número maior de mortes. "Nós sensibilizamos a população à noção de distanciamento social. Um comitê de resposta foi criado. As províncias também estão se organizando, e células de crise estão sendo criadas em todos os lugares. É preciso agir rápido se quisermos evitar uma hecatombe", disse o ginecologista, referindo-se às medidas adotadas pela República Democrática do Congo. Até o último dia 30 de março, o País tinha oito mortes por Covid-19 reportadas à OMS.

O grande problema dos países africanos, além da infraestrutura precária, é a alta incidência de doenças infecciosas, como o HIV e a Tuberculose, que agravariam as condições de saúde da população e, principalmente, dos infectados pelo coronavírus. "A África do Sul, Joanesburgo, tem um hospital, que é o maior, e, se eu achava que o pronto-socorro brasileiro era lotado, eu descobri que não é perto do que é aquilo. [...] E não são [hospitais] descentralizados, são vários hospitais grandes, a chance de contaminação é grande. A África do Sul torna o Brasil um exemplo de igualdade social", disse o epidemiologista da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Andrade Lofuto, em entrevista ao portal G1.

"A África tem necessidade urgente de kits, máscaras, ventiladores [mecânicos], equipamentos de proteção para profissionais de saúde", disse o Secretário Geral da ONU, António Guterres, em entrevista ao portal de notícias RFI. O Secretário-Geral da ONU disse, ainda, que tem medo de os casos no continente chegar à casa dos milhões, caso nada seja feito. "Ainda podemos evitar o pior na África, mas, sem uma mobilização massiva, teremos milhões e milhões de pessoas contaminadas, o que significa milhões de mortes", alertou.

Os anos de exploração, as condições precárias e de subserviência às quais o continente africano foi submetido pelo imperialismo durante décadas terão um impacto direto no número de mortos pelo Covid-19. O lucro e a ganância dos parasitas imperialistas não deve ser maior que a necessidade de se criar políticas em âmbito global para evitar um novo genocídio negro em África. Para que a crise não recaia nos ombros dos mais pobres, é preciso que sejam taxadas as grandes fortunas daqueles que enriqueceram espoliando o continente africano.

 


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