O setor de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos engloba, hoje, mais de 440 operadoras de serviços de varrição, coleta, transporte e disposição fina em todo o Brasil, com um contingente da ordem de 358.000 trabalhadores diretos. Na busca pela garantia da continuidade deste serviço essencial, o Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (SELURB) solicitou junto ao Ministério da Saúde que os trabalhadores da categoria que apresentarem sintomas de Covid-19, sejam imediatamente testados para detecção da doença.
A preocupação do sindicato advém do fato de que uma eventual proliferação do vírus entre os profissionais deste setor poderá ameaçar a continuidade dos serviços de coleta e gestão de resíduos sólidos nos municípios. Uma situação próxima a esta poderia ter impactos muito negativos à saúde pública, pois a ausência de varrição das ruas e coleta de lixo certamente ocasionará em criações de focos de proliferação tanto da Covid-19, quanto de outras doenças, como a dengue.
A continuidade dos serviços de limpeza urbana num momento em que o mais indicado é a quarentena coloca na ordem do dia a relevância destes trabalhadores para o funcionamento das cidades, além de também evidenciar que o isolamento social só será realizado por uma parcela da população. Por isso, a garantia de mais esse serviço de grande utilidade pública depende da valorização profissional desta categoria, com melhores salários e condições de trabalho, tanto quanto que se cumpra o pedido do SELURB para que todos os profissionais que apresentem os sintomas da Covid-19 sejam imediatamente testados e afastados de suas atividades, sendo mantidos todos os seus direitos e benefícios.
A crise da pandemia do coronavírus não deixou dúvidas quanto ao papel do Estado, do setor público, e, principalmente, quanto à importância daqueles que realmente produzem na sociedade: a classe trabalhadora.