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“Loucura” de Bolsonaro é projeto neoliberal para massacrar a classe trabalhadora

Para quem acompanha a imprensa burguesa e as redes sociais é comum ouvir as palavras “loucura” e “insanidade” para qualificar o posicionamento e atitudes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao tratar do avanço da pandemia do coronavírus. O presidente tem insistido que é preciso salvar a economia do País em primeiro lugar e, por isso, defende, em oposição às medidas que têm sido adotadas em quase todo o mundo, conforme orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que o isolamento social não seja a estratégia para conter o vírus.

O discurso do governo omite que o capitalismo já mata de fome milhões de pessoas em momentos em que não há uma pandemia. Matar pela contaminação do Covid 19 seria um segundo genocídio dos pobres que se encontram em situação de desigualdade.

A maioria dos países pelo mundo tem assumido que o isolamento social é única estratégia viável e mais eficaz no momento para impedir o avanço descontrolado do coronavírus, que vem matando indiscriminadamente, colapsando o sistema de saúde, e massacrados os pobres que estão à margem de qualquer acesso a direito.

Na contramão do mundo, que tenta testar o maior número de pessoas e implementar medidas para aumentar o distanciamento social, o Presidente do Brasil  defende que é preciso deixar o vírus se espalhar entre pessoas com baixo risco, o que, inevitavelmente, levará a morte dos em piores condições sociais, com menor acesso ao sistema de saúde.

Para o sociologo Ricardo Antunes, professor da Unicamp, em palestra divulgada em suas redes sociais, coronavírus e neoliberalismo é uma associação destrutiva e letal para a classe trabalhadora, pois quem comanda o processo global de sociedade é o capital financeiro, que não tem um coágulo sequer de humanidade. O capital financeiro controla os organismos internacionais e tem controle sobre os governos. No projeto neoliberal é o capital quem leva a melhor, seja na crise ou na expansão econômica. O projeto ultra-neoliberal que vem sendo historicamente implantado, e que no atual governo toma proporções avassaladoras para os trabalhadores, tem consequências drásticas para milhões de pessoas.  

Neste sentido, Isabel Frey, austríaca com formação em sociologia e antropologia médica, em texto veiculado no portal The Quarantimes, afirma que a defesa de uma contaminação em massa, denominada de imunidade de rebanho, é um projeto  de Neoliberalismo Epidemiológico, porque parte da crença incondicional no livre mercado e na suposição de que uma epidemia é melhor superada, deixando-a sem regulamentação. Cria-se uma falsa ideia de justiça inerente ao mercado, que literalmente coloca o lucro diante das pessoas.

As “loucuras e insanidades” de Bolsonaro é a síntese do projeto do livre comércio, em que cada um deve salvar a si mesmo, desde que os lucros dos ricos sejam garantidos pelo Estado. Tais atitudes revelam uma política refinada de violência estrutural contra os fracos que, preocupados em salvar suas próprias vidas da morte, seja pela fome ou pelo vírus, perdem sua capacidade de organização e resistência. Neste sentido, a classe trabalhadora precisa está cada vez mais organizada para construir alternativas de resistência e destruir o sistema capitalista.

 


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