Na tarde desta quinta-feira, 16 de abril, o representante da extrema-direita e presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, como parte da sua política genocida para “minar” o isolamento social, anunciou a demissão do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, colocando, em seu lugar, o oncologista Nelson Teich. Em pronunciamento oficial, Bolsonaro não deixou dúvidas quanto às orientações dadas ao novo ministro: de "gradativamente (..) abrir o emprego no Brasil", ou seja, acabar com o isolamento social, mandando os trabalhadores para o “abatedouro”. Teich, por sua vez, declarou, também em pronunciamento oficial, que tem “um alinhamento completo” com o presidente.
Desde o início da quarentena no País, Bolsonaro se posicionou contra o isolamento social, afirmando que teria “pronto na mesa” o decreto para pôr fim à quarentena, além dos ataques promovidos aos governadores, muitos deles ex-aliados, que estariam impulsionando o isolamento. Seguindo esta mesma política, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse à investidores do mercado financeiro, no último dia 4 de abril, em uma live organizada pela XP Investimentos, que reduzir mortes por coronavírus é pior para a economia. Na lógica de Neto, quanto mais rápido vierem os casos e mortes pela doença, melhor para a economia – o mais importante seria manter a indústria produzindo e vendendo, mesmo que às custas de um colapso no sistema de saúde pública.
Como se vê, longe de promover medidas sérias de enfrentamento à crise econômica, que passariam, necessariamente, por medidas que promovessem o mínimo de redistribuição de renda, como taxação das grandes fortunas, execução das dívidas dos grandes empresários e banqueiros, perdão da dívida interna, não pagamento da dívida externa etc., o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) retira direitos dos trabalhadores e atua como verdadeiro genocida, ao se negar a seguir as recomendações básicas adotadas pelos órgãos mundiais de saúde e vigilância sanitária para combater a doença.
O resultado desta política: o Brasil é o país da América Latina mais afetado pela pandemia – já passa de 30 mil o número de contaminados, com quase duas mil mortes, considerando apenas os dados oficiais. Contudo, segundo estudos realizados pelo grupo Covid-19 Brasil, a previsão é de que o número de casos do novo coronavírus seja 15 vezes maior do que os dados oficiais.
Os trabalhadores brasileiros, assim como ocorre em todo o mundo, enfrentam as consequências nefastas da crise econômica do capitalismo, que, para salvaguardar os lucros dos detentores do Capital, retira direitos históricos e ampliam a exploração da classe trabalhadora. A pandemia do coronavírus (COVID-19) é parte fundamental desta crise, sendo utilizada pelos governos burgueses para intensificar estes ataques, vide as medidas aprovadas recentemente pelo governo como a redução dos salários, aprovação da carteira verde e amarela, demissões, etc.
Para se contrapor a esta ação direta dos representantes do grande capital, a política criminosa do governo federal, cabe às organizações operárias e movimentos sociais organizar a luta real das massas. O afrouxamento, ou mesmo o fim do isolamento social, coloca a necessidade impetuosa de organizar já a Greve Geral por tempo indeterminado. Esta é a única medida para garantir a proteção à vida da população!
Nós, da Luta Pelo Socialismo, fazemos um chamado à CUT e demais centrais sindicais, sindicatos, movimentos e organizações sociais a organizar já Greve Geral! É dever do Estado garantir a quarentena para todos, proteger as pequenas empresas e dar as condições para que os mais necessitados fiquem em casa.
Dinheiro do povo, para o povo!
Garantia de quarentena para todos!
Por medidas protetivas à saúde dos trabalhadores!
Estatização dos hospitais!
Greve Geral! Trabalhar para viver, não para morrer!