A pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 153.177 mil pessoas pelo mundo, tem revelado a cada dia a importância dos serviços públicos para a população. O setor público tem papel fundamental nestes momentos de crise, dando respostas às questões como, por exemplo, a Saúde; pesquisas acadêmicas, fundamentais para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para o enfrentamento de surtos, epidemias e pandemias; logística para atender às demandas de insumos e suprimentos de hospitais; redes de desenvolvimento de projetos para o enfrentamento da contaminação pela COVID-19 etc. Tudo isto só acorre porque tais empresas têm como prerrogativa atender uma demanda social, sem obedecer a lógica do pensamento capitalista, que coloca o lucro acima de vidas.
O Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo com toda a sua debilidade, consequência de uma política deliberada de corte de recursos, e tendo em vista a demanda por serviços médicos no Brasil, ainda consegue fazer o atendimento de mais de 180 milhões de pessoas, sendo que deste número, 80% dependem exclusivamente do serviço, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais. Em meio à atual crise pandêmica, poder contar com um sistema de saúde que consiga atender a população carente é fundamental para garantir a sobrevivência destas famílias.
Outros exemplos de instituições que possuem como princípio o atendimento das necessidades sociais são as empresas de tecnologia da informação como SERPRO e DATAPREV. Além de desenvolvimento de sistemas para o acesso da população a informações, cadastros para recebimentos de auxílios emergenciais, organização de dados que podem ser utilizados para priorizar pessoas carentes etc., elas cumprem a função de proteger as informações de todos os brasileiros, do momento que nascem até sua morte, e do próprio Estado, garantindo desta forma a soberania nacional do País. Em mãos erradas, colocaria em risco os dados estratégicos do Brasil, como as transações econômicas, políticas e sociais. Na era da comunicação, o que está em jogo são os segredos de Estado caso estas empresas sejam privatizadas.
O mesmo vale para os Correios que pelo fato de estar presente em 5.570 municípios do País, promove a integração nacional da Federação. Nenhuma outra empresa no Brasil consegue executar o serviço logístico para todos os municípios brasileiros, ao mesmo tempo. A garantia da entrega de medicamentos, materiais para organização do sistema de saúde, documentos de estudos e pesquisa científicas, entre muitos outros tipos de insumos que certifiquem que os serviços essenciais de atendimento à população aconteçam está associado ao trabalho das empresas públicas que foram constituídas para esta finalidade.
Educação, segurança, limpeza urbana, transporte, petrolíferas e todas as demais categorias de serviços públicos devem ser defendidas sem distinção. Não há a mínima possibilidade de desenvolvimento humano digno se a sociedade não tiver acesso ao básico, e de qualidade.
A destruição destas instituições é um projeto que visa somente o lucro. O rompimento da barragem da privatizada empresa Vale, em Brumadinho, maior crime socioambiental e trabalhista no Brasil, é um exemplo do significado desta política. A atual crise de saúde do Coronavírus deixa evidente o quanto às empresas públicas são importantes e defende-las é um dever de cidadão e um ato contra o capitalismo que mata, destrói e mutila.
