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Cuba e EUA voltam às tensões da guerra fria por causa da pandemia

Em meio à crise do capitalismo, intensificada pela pandemia do novo Coronavírus, o acirramento das contradições entre Cuba e Estados Unidos tem ficado cada vez mais nítido. No último dia 04 de maio, um tiroteio contra a Embaixada cubana em Washington-DC elevou a tensão entre os dois países. O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, fez um protesto contra aquilo que afirmou ser “um ataque terrorista”. Rodríguez declarou que é impossível “dissociar um ato como esse do recrudescimento da política de agressão e hostilidade que o governo dos Estados Unidos aplica contra Cuba, e do endurecimento do Embargo”, além dos crescentes “ataques contra a colaboração médica cubana”.

O governo estadunidense segue numa campanha de descrédito contra a iniciativa cubana de auxílio médico aos países. O Secretário de Estado Estadunidense, Mike Pompeo, tem atacado o país vizinho, acusando-o de aproveitar a pandemia para “continuar a exploração dos médicos cubanos”. Pompeo ainda atacou países aliados dos EUA, como o Qatar e a África do Sul, por contratarem cerca de 450 médicos e enfermeiros cubanos para ajudar no combate ao Covid-19 em seus territórios. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, rechaçou os ataques, assinalando que os “EUA mente deliberadamente quando ataca a cooperação de Cuba com mentiras e calúnias”.

A acusação é que Cuba retêm 75% dos salários dos profissionais. Ocorre que Cuba não cobra as missões aos países pobres, isso sem falar que os recursos adquiridos com outros países são utilizados para financiar a saúde pública e gratuita do País, que conta com mais de 95 mil médicos (cerca de 9 para 100 habitantes) e 85 mil enfermeiros. O trabalho dos médicos cubano é reconhecido internacionalmente e Cuba também criticou a fala do secretário de Estado dos EUA: “que direito tem o governo dos EUA de pressionar governos soberanos para que privem suas nações de assistência médica? É tempo de solidariedade, não de mesquinharia”, afirmou o chanceler cubano. 

Enquanto isso, a população dos EUA sofre com a pandemia – com cerca de 30 mil novos casos por dia, o País já soma 1,21 milhões de casos confirmados e 69,680 mortos. A política genocida do presidente dos EUA, Donald Trump, segue fazendo vítimas não só pela Covid-19. No dia 22 de abril, o mandatário afirmou, em uma entrevista, que a injeção de desinfetante poderia ajudar no tratamento contra o Coronavírus. 18 horas depois da declaração já haviam ao menos 30 casos de intoxicação.

O que vemos é um acirramento das tensões e da dialética da guerra fria. Em meio à pandemia, Cuba ainda sofre com o embargo, que recrudesceu desde que Donald Trump se tornou presidente dos EUA, responsável por um grande impacto na vida da população cubana. Ou seja, os trabalhadores cubanos sofrem não apenas com a pandemia, mas, principalmente, com os ataques, embargos e sanções punitivas do país vizinho.


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