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Golpe paramilitar orquestrado por Juan Guaidó é frustrado na Venezuela

Na madrugada do último dia 3 de maio, uma tentativa de golpe contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi frustrada pelas Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB). Uma lancha contendo armas e mercenários vindos da Colômbia tentou invadir o País pelo mar e aportar na praia Macuto, costa do estado La Guaira, cerca de 50 km da capital Caracas. A operação foi interceptada pelas FANB, o que resultou em oito invasores mortos e 15 pessoas presas, sendo dois ex-militares estadunidenses. Também foram apreendidas armas, coletes, munições e seis carros adaptados como tanques de guerra. O Ministério Público acusou o líder opositor, Juan Guaidó, de ter contratado os invasores com recursos venezuelanos. Os dois ex-militares estadunidenses são Airan Seth Berry e Luke Alexander Denmam, ambos residentes do estado do Texas e contratados pela empresa especializada em assistência militar, leia-se mercenário a favor do capital, Silverscorp. 

"Esta última ação é mais uma da longa lista de ataques do império norte-americano e de seus aliados, incluindo sanções criminais internacionais contra autoridades e entidades estatais", afirmou o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López. O ministro também disse que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas estão em alerta permanente contra os EUA após a tentativa de invasão.

Um contrato assinado por Guaidó foi divulgado, assim como gravações de ligações telefônicas entre os envolvidos no plano que, originalmente, seria executado em março deste ano.  O documento prevê o pagamento de US$ 212 milhões à empresa Silvercorp, de propriedade de Jordan Goudreau, ex-militar estadunidense, contratado pela Casa Branca durante a guerra contra o Iraque. O contrato teria validade de, pelo menos, 495 dias e seria pago com barris de petróleo venezuelano. O contratante ainda assegurava qualquer tipo de empréstimo por um ano. Apesar do documento, Guaidó negou qualquer envolvimento com a ação.

A Venezuela vem passando por uma arrastada crise econômica, política e social que se agravou com as sanções econômicas dos Estados Unidos a partir, principalmente, de 2017. O caso acontece pouco mais de um ano depois da fracassada iniciativa de levante das Forças Armadas, lançada por Guaidó, para depor Maduro. Na época, Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela, sendo prontamente reconhecido pelo governo de outros países fantoches do imperialismo estadunidense, como o Brasil e a Colômbia. O episódio acirrou as contradições do governo Maduro contra o imperialismo, promovendo o aprofundamento das sanções. Tal política tem provocado o desabastecimento e desemprego massivo da população venezuelana. Trata-se de mais uma ação imperialista para causar a desestabilização em mais um país subdesenvolvido, visando à exploração de seus recursos.

As ações tomadas pelos governos brasileiro e colombiano não deixam dúvidas: eles estão assumindo um papel muito parecido com o que Israel fez no Oriente Médio, de servir como forma de pressão para acessar os ricos campos de petróleo, dessa vez da Venezuela, atendendo aos interesses dos Estados Unidos.  O Ministério de Relações Exteriores da Venezuela alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a violação de resoluções comuns e responsabilizou os governos estadunidense e colombiano. "Responsabilizamos os governos de Donald Trump e Iván Duque pelas imprevisíveis e perigosas consequências desta onda de provocações e agressões mercenárias contra o povo venezuelano”. O documento ainda ratifica a “decisão de defender o território, a soberania, a democracia e a paz do povo venezuelano".

Neste momento de crise mundial do capitalismo, e de pandemia, se faz urgente a necessidade de defensa da soberania da Venezuela. A população e o governo venezuelano sofrem os ataques imperialistas e, por esta razão, devemos continuar denunciando ao mundo esta política de ingerência dos EUA nos países latino americanos. É impossível depender das migalhas dadas pelo imperialismo ao terceiro mundo em tempos de bonança. É hora de mudar o paradigma econômico-político e construir vigorosas ações diretas das massas rumo à luta pela emancipação da classe trabalhadora do jugo da burguesia internacional.
 


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