Desde o assassinato de George Floyd, um homem negro de 46 anos, por um policial branco, Derek Chauvin, que ajoelhou em seu pescoço, sufocando-o até a morte, uma onda de protestos contra o abuso policial tomou conta dos Estados Unidos . Na sexta-feira (29), o policial responsável pela morte de George foi demitido da polícia de Minneapolis e preso, acusado de assassinato em terceiro grau, de acordo com o comissário do Departamento de Segurança de Minneapolis, John Harrington e pelo advogado do condado de Hennepin, Mike Freeman, em entrevista coletiva.
Quem é o policial que matou Floyd
Derek M. Chauvin, policial de Minneapolis aparece tranquilo no vídeo que ganhou repercussão mundial, com as mãos no bolso e o joelho sobre o pescoço de George Floyd, que já estava imobilizado, algemado e, segundo testemunhas, não apresentava resistência. Derek é dono de um histórico problemático, envolvido em vários tiroteios e agressões contra minorias. Existem 12 queixas contra o ex-policial no banco de dados do Departamento de polícia de Minneapolis.
Ele foi um dos policiais que mataram Wayne Reyes, um homem latino, com 42 tiros. Deste total, 16 tiros foram disparados por Derek, segundo a perícia. Além deste, Derek também está envolvido em um tiroteio considerado “inapropriado” pela própria polícia, onde Leroy Martinez foi alvejado.
Em 2008, o policial Derek atirou em Ira Latrel Toles, um homem negro, de 21 anos, que estava desarmado. Em 2005, Derek e outro policial se envolveram em uma perseguição a um carro que causou a morte de três pessoas de acordo com o movimento social Comunidades Unidas Contra a Brutalidade Policial.
As ações de Derek não são isoladas no interior da polícia dos Estados Unidos e têm um fator em comum: as vítimas são sempre minorias, negros e latinos. O policial comprova o racismo institucionalizado, explícito nas corporações policiais estadunidenses, que não hesitam em abusar de sua autoridade e usar da violência para exterminar negros, imigrantes e pobres.
Manifestações contra os assassinatos se amplificam
Após o fato, protestos começaram a eclodir em vários estados dos EUA. As manifestações contra o racismo e a violência policial chegaram ao nono dia consecutivo na última quarta-feira (3) e ocasionaram confrontos entre as forças de defesa e os manifestantes. Em Washington, capital do país, os manifestantes que protestaram em frente à Casa Branca, sede do governo, foram alvejados pela polícia e pela guarda nacional com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Os manifestantes, em resposta à violência policial, quebraram janelas de edifícios importantes, viraram e atearam fogo em carros, além de criarem barricadas que também foram incendiadas.
Em Louisville, um homem foi baleado e morto pela polícia durante os protestos. Em Nova York, manifestantes foram presos após não se dispersarem quando ordenados pela polícia. Jornalistas foram presos e agredidos com balas de borracha em meio às multidões, apesar de usarem credenciais. Cerca de 4.100 pessoas foram presas em todo os EUA no fim de semana, mortes também foram noticiadas, mas os números exatos não foram divulgados.
Trump, que chegou a chamar os manifestantes de bandidos nas redes sociais, ameaçou recorrer ao Exército para conter o “vandalismo” se os governadores dos Estados não conseguirem fazer isso com suas próprias forças policiais. Mas o próprio chefe do Pentágono, pronunciou-se contra essa opção. Ainda assim, na capital norte-americana, o único território onde o presidente pode mobilizar o Exército sem consultar o governador, tanques são vistos estacionados em várias esquinas.
Dezenas de cidades norte-americanas, como Nova York, Los Angeles e Atlanta, por exemplo, adotaram o toque de recolher, o que não impediu que protestos continuassem a ocorrer. A repressão violenta das polícias estaduais às manifestações tem sido amplamente denunciada em vídeos que tomam conta das redes sociais.
O genocídio da população negra volta à ordem do dia em meio a protestos espalhados pelos EUA, reprimidos violentamente pelas forças do Estado. O racismo institucionalizado pelo capitalismo, que visa oprimir cada vez mais a população negra, mostra sua horrenda face novamente. A população deve lutar pelas vidas dos negros, oprimidos pelo sistema capitalista em todos os aspectos, como também pelo fim do regime de opressão do homem pelo homem, que irá libertar toda a sociedade.