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Renault anuncia demissões e milhares protestam na França

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a montadora automobilística Renault anunciou, no último dia 29 de maio, a demissão em massa dos trabalhadores com o corte de 15 mil postos de trabalho, sendo 4.600 empregos só em território francês. Em resposta aos ataques, centenas de trabalhadores realizaram um protesto no último dia 30, em frente à fábrica da Renault, em Maubeuge, na França. 

Com cerca de 2.100 empregados, e parada desde o último dia 29 de maio, a fábrica de Maubeuge pretende transferir a produção de carros elétricos Kangoo para outra unidade francesa, com a redução da usina e demissões de funcionários da Renault. Isso irá afetar também nos negócios de cerca de mil prestadores de serviços que trabalham para a empresa da região. O plano da redução de gastos feito pela Renault prevê a redução de até 20% da produção mundial até 2024. Segundo a direção da montadora, para isto, serão cortados 15 mi vagas de trabalho no mundo, sendo 4,6 mil só na França.

Entre as faixas levantadas pelos manifestantes estavam dizeres como ''o Kangoo deve ficar em MCA” – sigla para a fábrica da cidade – e ''não toquem na nossa fábrica de MCA'', além de palavras contra o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, que de acordo com a agência RFI (Rádio França Internacional).

O anúncio de demissão em massa poucos dias após o governo de Emmanuel Macron lançar um pacote pós-Covid, uma “ajuda” às empresas automobilísticas no valor de 8 bilhões de euros, faz os franceses questionarem as despensas. Ainda mais que, segundo o Jornal Le Monde, em publicação do dia 30 de maio, a Renault-Nissan poderia se beneficiar de um empréstimo de 5 bilhões de euros garantidos pelo Estado francês. 

Trabalhadores e famílias colocados na rua sem emprego, os mesmos que trabalharam uma vida inteira para expandir a riqueza dos grandes burgueses, estes mesmos que sem nenhum pesar os demitem, como se fossem descartáveis, é uma situação que se repete em meio a pandemia. O que temos visto são os governos burgueses desaguarem o dinheiro do povo para os grandes empresários, que respondem com demissões em massa e retiradas de direitos. Novamente é a classe operária quem está sendo chamada a pagar a conta da crise capitalista. A pandemia do novo coronavírus está sendo utilizada para intensificar esta política de massacre contra os trabalhadores – são os burgueses se beneficiando até em cima de catástrofes, enquanto os trabalhadores pagam diretamente, inclusive com suas vidas, por este sistema.  
 


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