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América Latina no centro da pandemia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) qualificou, no último dia 8 de junho, a América Latina como a crise "mais complexa" da pandemia, evidenciando que o pico do surto ainda não foi atingido. Segundo a Organização, para superar a atual crise, a região vai precisar de liderança política e da ajuda da comunidade internacional. De acordo com o diretor de operações da OMS, Michael Ryan, os serviços de saúde estão sob forte pressão e falta leito de UTI em vários locais. Para ele, "muito, muito medo e confusão reinam entre as comunidades, por motivos diferentes [...] Hoje, a epidemia na América Latina é a mais complexa de todas as situações que enfrentamos no mundo". 

No último dia 7 de junho, foram registrados mais de 136 mil casos no mundo, em apenas 24 horas. Destes, 75% vêm de dez países, quase todos das Américas.  A América Latina é o novo epicentro do vírus com mais de 1,3 milhão de casos e mais de 67.000 mortes. Ainda assim, vários países começaram a flexibilizar as restrições, sob o pretexto de estimular a economia. No Brasil, que já é o segundo país do mundo em número de mortes, com mais de 41 mil até o último dia 10 de junho, o Governo Federal tenta manipular os dados, se valendo um Ministério da Saúde completamente dominado por militares, sem a presença de técnicos e especialistas na área.

A América Latina, historicamente tratada como o “quintal” do imperialismo estadunidense, sofre hoje os impactos de séculos de saques, de neocolonialismo e falta de políticas públicas efetivas que gerem acesso a elementos básicos de sobrevivência, em troca de encher os bolsos de uma casta de parasitas que exploram os trabalhadores. O descaso dos principais governos da região, em especial do Brasil, em relação ao enfrentamento da pandemia revela que, mais uma vez, as contradições do capitalismo estão em evidência, principalmente no Terceiro Mundo, uma vez que a OMS é uma agência internacional, subordinada à ONU (Organização da Nações Unidas), e sua preocupação com a necessidade de liderança política no continente para superar a atual crise sanitária deverá ir muito além da “missão” de salvar vidas.


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