Na manhã de ontem, dia 18 de junho, morreu em Belo Horizonte, vítima de um câncer de rins, o professor e militante da causa negra, Dr. Tomaz Aroldo da Mota Santos – o primeiro (e único, até o momento) reitor negro da Universidade Federal de Minas Gerais. Além de ex-reitor da UFMG, cargo que ocupou entre os anos de 1994 e 1998, Tomaz Aroldo também foi presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), no período de 1997 a 1998. Sua trajetória política e acadêmica tem grande significado na luta cotidiana contra o racismo estrutural.
Nascido no interior da Bahia, Tomaz foi estudante da rede pública de educação e reconhecia a importância e o valor do ensino público para a formação dos jovens, posicionamento que fez questão de evidenciar em seu discurso, quando recebeu o título de professor emérito. Neste mesmo discurso, denunciou o racismo no interior das universidades e tratou da importância e do desafio de sua negritude diante do cargo que ocupava.
Nós, do Negritude, Coletivo de Negros da Luta Pelo Socialismo (LPS), apesar de fazermos a defesa do governo tripartite nas escolas e universidades, reconhecemos a importância da trajetória de luta e militância do Professor Tomaz. Entendemos que a defesa da educação pública de qualidade para todos e a defesa da população negra contra o racismo estrutural deve ocorrer em todos os âmbitos e locais que ocuparmos, e que esta defesa não deve ser desligada da conscientização de classe, que levará à superação do capitalismo e ao fim das bases materiais que sustentam o racismo. Aos familiares e amigos, nossas condolências.
De nossa parte, seguiremos honrando sua memória, lutando contra o racismo.
Companheiro Tomaz Aroldo da Mota Santos, PRESENTE!
