Uma projeção feita pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde do estado de Minas Gerais aponta que o esgotamento dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública estadual pode ocorrer na próxima quinta-feira, dia 25 de junho. A Análise consta no relatório de transparência, publicado no último dia 17 de junho, no site do Minas Consciente – um projeto criado para nortear a reabertura dos comércios dos municípios. O estudo estima que a partir do dia 25 deste mês a necessidade de leitos será superior à quantidade existente, situação que deverá se agravar entre os meses de julho e agosto, período estimado para o pico da pandemia no estado.
Apesar de ser uma estimativa, o Centro de Operações declarou que esta situação é um “sinal de alerta para todo o estado de Minas Gerais”, que ainda enfrenta a falta de medicamentos necessários para a intubação dos pacientes. De acordo com o Secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, a rede de saúde estaria recebendo incrementos no número de leitos e respiradores, com envios para cidades do interior, aparelhando hospitais já existentes antes de voltar a atenção para os hospitais de campanha, que serão fechados após a pandemia. Porém, a situação denunciada pelos profissionais de saúde é caótica e vai na contramão da fala do Secretário: o que se vê no dia-a-dia dos hospitais, UPAs etc. é a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os profissionais e de medicamentos para os pacientes. Esse desabastecimento vai desde a ausência de antibióticos até sedativos e anestésicos para intubação, uma situação que já vem desde antes da pandemia, exibindo o descaso do governo do estado com a rede pública, responsável por atender a grande maioria dos casos de Covid-19.
De acordo com o promotor do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa da Saúde do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Luciano Moreira, alguns hospitais e postos de saúde possuem medicamentos para 15 dias ou menos. “Alguns hospitais possuem estoques para um tempo maior, mas já sabemos de alguns que têm medicamentos apenas para os próximos 15 dias, ou até para menos. É um cenário muito sério, muito grave”, disse em entrevista ao jornal O Tempo, no dia 22 de junho.
A reabertura dos comércios no estado está gerando um aumento significativo no número de casos, principalmente no interior do estado. “Eu não quero ser alarmista, mas precisamos de uma conscientização do estado, dos municípios, da área econômica e da população. Este é um momento sério. [...] O Estado, por sua vez, precisa indicar claramente que só devem funcionar os serviços essenciais”, afirmou Moreira.
O governo ultra neoliberal de Romeu Zema (Novo), seguindo a política genocida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), tem proporcionado um verdadeiro caos no sistema de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) há muito vem sendo sucateado, uma política criminosa visando sua privatização. Sem investimentos, sucateado e sobrecarregado, o colapso do SUS em Minas Gerais se anuncia. É preciso cobrar dos governantes e das autoridades uma resposta efetiva no combate ao coronavírus, além de investimentos que visem o aumento dos leitos e ações que reforcem as estruturas dos Hospitais públicos de todo o estado. Devemos cobrar dos governos que garantam o isolamento social para os trabalhadores, medida que passa, necessariamente, pela garantia do emprego, renda mínima, isenção de cobrança de água e luz para os que estão em situação de vulnerabilidade social etc.