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Covid-19 e o racismo estrutural

Nos Estados Unidos e no Brasil, as populações negras vêm apresentando vulnerabilidade maior, em comparação às pessoas brancas, com relação as taxas de letalidade e de contágio do novo coronavírus. A desigualdade nos índices sociais e econômicos é o principal fator que explica estas diferenças.

Nos EUA, especificamente no estado de Louisiana, 70% dos mortos pelo Covid-19 são negros, sendo que só 33% da população do lugar é negra.  No Brasil, o Ministério da Saúde começou a publicar dados de pessoas infectadas com diferença de raça e etnia apenas em 10 de abril, quase um mês e meio depois do primeiro caso confirmado, a pedido da "Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade". De acordo com os primeiros números disponibilizados, pretos e pardos representavam 23,1% das pessoas internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave, mas correspondiam a 32,8% dos óbitos por covid-19.

No Brasil, cujo  governo  negligencia  a doença e não efetua testes em escala necessária, a disparidade no número de óbitos e contágio entre negros e brancos pode ser ainda maior, já que nas regiões periféricas, onde a maioria da população é negra, quase ninguém tem acesso ao teste, isso sem falar nas condições de prevenção que são poucas ou nenhuma. De acordo com a diretora da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Denize Ornellas, em entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo, “assim como nos Estados Unidos fica evidente que a população periférica, majoritariamente composta por pessoas negras, é mais afetada pela Covid-19. É importante que tenhamos esses dados categorizados por raça e cor no Brasil para tomar providências”.

Tanto nos EUA, quanto no Brasil, a população negra sofre mais com o vírus, pois com a desigualdade salarial, falta de acesso à uma boa assistência médica, em conjunto com piores condições de trabalho e de vida, torna os  negros mais expostos ao contágio e arriscados à morte. Sem poder fazer a quarentena, já que os governos burgueses não possuem políticas que garantam o isolamento social, o deslocamento da população periférica até os locais de serviço, geralmente distante da habitação, os expõe ainda mais. 

A população negra das periferias do Brasil e dos EUA está submetida à superexploração do trabalho e à pobreza em decorrência de séculos de discriminação. Além da precarização das condições de vida, essa população ainda enfrenta o racismo estrutural, que “naturaliza” a situação de segregação social, a exemplo da fala do deputado federal pelo PSC, o pastor evangélico e empresário Marcos Feliciano, que afirmou barbaridades do tipo: que os africanos são descendentes de um “ancestral amaldiçoado por Noé” e que “sobre a África repousam maldições como o paganismo, misérias, doenças e a fome”. Esse tipo de preconceito está presente nos grupos que hoje dominam o poder político no Brasil e nos EUA e embasa a política de ataques aos direitos democráticos conquistados pelos negros em suas lutas, além de justificar a opressão. A pandemia do novo coronavírus reforçou o caráter violento do sistema capitalista através dos mecanismos que alimentam a exclusão da população negra.

 

Ato Antifascista em Belo Horizonte reúne forças de esquerda e torcidas organizadas

 

No último domingo, dia 21/06, ocorreu o segundo ato Antifascista em Belo Horizonte, organizado pelos grupos de esquerda e torcidas organizadas. O ato se concentrou na Praça da Bandeira, no Alto da avenida Afonso Pena, centro da cidade, e saiu em passeata até a Praça Sete de Setembro. Os manifestantes, portando faixas, cartazes e bandeiras entoaram palavras de ordem antifascistas e gritos pedindo o “Fora Bolsonaro e Mourão”. A Luta Pelo Socialismo se fez presente na atividade, levantando uma faixa em defesa da frente única das forças de esquerda. Um ato solene pedindo o fim da Polícia Militar, na porta do antigo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), também tomou forma durante a passeata.
 


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