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Mortes causadas pela polícia aumentam em meio à pandemia

De acordo com um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base em dados da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP-SP) e das corregedorias das polícias, as mortes causadas por policiais civis e militares no estado de São Paulo, em serviço ou em folga, aumentaram 53% em abril deste ano, período de quarentena, em comparação com o mesmo período de 2019 – foram 78 mortes registradas em abril de 2019, contra 119 mortes registradas em abril deste ano. No ano passado, o estado de São Paulo registrou 291 mortes provocadas por agentes de segurança entre janeiro e abril. Este ano, no mesmo período, já foram registradas 381 mortes, o que representa um aumento de 31%. As mortes superaram o recorde registrado em 2003, quando 228 pessoas foram assassinadas no primeiro quadrimestre.

Segundo o estudo, 371 das 381 mortes contabilizadas entre janeiro e abril deste ano, em São Paulo, foram cometidas por policiais militares, os outros dez assassinatos foram cometidos por policiais civis. Levando-se em conta apenas as mortes causadas pela PM, é possível perceber um aumento de 32% no número de assassinatos, quando comparado com o mesmo período de 2019, quando 282 pessoas foram assassinadas por policiais militares no estado.

Mesmo durante a quarentena, a política de extermínio da população negra e pobre, por meio das operações policiais, continua a todo o vapor nas favelas e periferias. Nestas operações repressivas, o critério utilizado para decidir quem morre e quem vive é baseado na cor da pele. Segundos dados disponibilizados pela SSP-SP, por meio dos boletins de ocorrência que possuíam descrição dos mortos, 54,9% das vítimas eram pardos e 8,9% eram pretos. Além disso, mais da metade destes homicídios foram de jovens entre 18 e 29 anos. A política de extermínio da população negra e periférica, levada a cabo pelos governos neoliberais de João Dória (SP) e Witzel (RJ), tem causado um verdadeiro genocídio da população negra, que além de se preocupar com o crescente número de casos do novo coronavírus, também tem que se preocupar em não ser morta pelos órgãos repressores do Estado.

Em meio à pandemia, as comunidades e periferias, que já são preteridas pelo Estado – não possuem infraestrutura digna para a moradia, muitas vezes sem saneamento básico, luz, serviços médicos e de assistência etc. – recebem apenas as “visitas” dos agentes policiais, que veem nos moradores alvos prontos para serem abatidos. Cada vez mais o modus operandi do Estado burguês se manifesta: exterminar aqueles que, pela diferença da cor da pele e classe social, estão no topo da exploração.
 


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