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Descaso dos governos federal e estadual levam saúde de MG ao caos

O governo Bolsonaro planejou (e tem executado) a retirada dos direitos dos trabalhadores e a venda de todo o patrimônio nacional – o resultado lógico: o extermínio da população trabalhadora, em especial daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social. O Ministério da Saúde, controlado por militares, mantém a destruição do SUS, com total desassistência à população na pandemia. 

A situação é tão dramática que o Ministério da Saúde (que segue sem ministro), teve uma investigação aberta pelo Tribunal de Contas da União, pois do orçamento de 38,9 bilhões para o enfrentamento do Covid-19, gastou apenas 11,4 bilhões – são 27 bilhões guardados nos cofres, enquanto o País já passa de 95 mil mortes, o segundo do mundo com mais óbitos. Isto sem falar da situação dos estados e municípios que não possuem respiradores suficientes, faltam anestésicos para intubação, leitos, ambulâncias, hospitais de campanha, profissionais capacitados etc. Os poucos servidores que enfrentam essa realidade de frente, ainda têm os seus míseros salários atrasados em muitas regiões. Estamos diante de um verdadeiro crime organizado pelo próprio governo, cujo resultado é o genocídio do povo brasileiro.

O show de horrores é contínuo. O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, assinou um decreto de reabertura econômica para o Brasil, enquanto os casos de contágio e de mortes crescem, justificando que o convívio social faz bem para a saúde mental. Para fazer propaganda de um medicamento sem eficácia comprovada  no tratamento da Covid-19, a cloroquina, Bolsonaro protagonizou uma cena ridícula, em que levanta os braços com uma caixa de cloroquina como “salvadora”. Isto alinhado ao gasto fraudulento de cerca de R$ 1,5 milhões para a produção em série de Cloroquina nos laboratórios do Exército. 

Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (NOVO), discípulo do "Capitão Cloroquina", construiu um Hospital de Campanha que até hoje não recebeu nenhum paciente. Enquanto isso, na capital, pacientes intubados nas UPA's esperam até 12 horas por vagas para o Centro de Terapia Intensiva (CTI). Nas cidades do interior de Minas Gerais essa demora pode durar até cinco dias. 

Hoje, em Minas Gerais, chegamos a mais de 1.300 mortes. O sucateamento da Rede FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) e a sobrecarga de trabalho dos servidores da saúde, sem as devidas precauções, agravam a disseminação do contágio. Na linha de frente do combate ao Covid, vários servidores foram a óbito. 

Em Belo Horizonte, apesar de propagandear a defesa do isolamento social, o prefeito Alexadre Kallil (PSH) não estruturou a rede de saúde para suportar o desafio de atender a população local e de mais 37 cidades cuja população é atendida nos Hospitais e UPA’s da capital. Há ainda a demora em conseguir os testes e muitas dificuldades para marcar as tele-consultas.

A rede já vinha defasada há mais de seis anos, já que não houve concurso público e vários trabalhadores se aposentaram. Isso sem falar na precarização das condições de trabalho e na defasagem salarial: BH tem mais de cinco mil contratos com baixos salários e carga horária desumana, uma combinação explosiva que resultou em 40% de contaminação de todos os trabalhadores da saúde que enfrentam ritmos frenéticos em uma luta desesperada para salvar as vidas dos pacientes. Além do risco do contágio, tal situação leva a um acúmulo de problemas psicológicos. Os trabalhadores da saúde exigem o mínimo de condições para exercer suas atividades laborais: realização de concursos públicos já para a recomposição das equipes, valorização dos profissionais da linha de frente com compensação salarial, proteção das vidas dos trabalhadores com o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual, boas condições sanitárias de trabalho e capacitação profissional. 
 


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