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Pandemia coloca América Latina na pior crise da história

Com mais de 4,5 milhões de casos positivos da Covid-19 e quase 190.000 mortes, a América Latina vê descortinando os piores cenários econômicos de sua história. De acordo com relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), disponibilizado no dia 30 de julho, se a curva de contágios da Covid-19 não for achatada o quanto antes, as consequências serão devastadoras para a região. Problemas como a taxa de informalidade trabalhista superior a 50%, desemprego, pobreza, desigualdade social e sistemas de saúde frágeis, que já estavam em patamares elevados, agravaram os efeitos da pandemia e não há previsão de recuperação a curto prazo. O relatório afirma que a pandemia desatou uma inédita crise econômica e social e, se não forem tomadas medidas urgentes, poderá se transformar em uma crise alimentar e humanitária.

Com uma queda média superior a 9% nos PIBs nacionais em 2020, os demais indicadores sociais e econômicos seguirão paralelamente na mesma direção: o desemprego chegará a 13,5%, a pobreza 37,3%,  a desigualdade se agravará ainda mais, com uma alta de 4,9 pontos no índice de Gini, um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo, criado pelo matemático italiano Conrado Gini. Em um cenário de filme de terror, a pandemia coloca a região na sua maior crise da História.  A Cepal calcula que 95 milhões de pessoas deverão pagar gastos com saúde do seu próprio bolso, o que levará ao empobrecimento de, ao menos, 12 milhões. 

Como resultado de anos de baixos investimentos, 4% do PIB contra 6% recomendados pela OMS, as fragilidades dos sistemas de saúde da América Latina, que sofrem com os cortes de gastos e processos de privatização, foram evidenciadas pela Covid-19 e a maioria dos governantes estão se aproveitando da pandemia para aprofundar os mecanismos de extrair lucro da saúde pública.

O investimento e o engajamento dos governos com a saúde pública, mais do que nunca, teriam que ser prioridade. Além disso, iniciativas como programas de auxílio aos trabalhadores, desempregados e informais, têm que ser efetivas e eficientes como forma de proteger a população mais pobre. A implantação da renda mínima e de reformas estruturais amplas são garantias para botar o pé no freio na desigualdade e pobreza que afeta a América Latina.
 


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