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Demissões na Latam: a crise nos ombros dos trabalhadores

No final de julho, a companhia aérea Latam Brasil, comunicou o início do processo para demitir no mínimo 2,7 mil funcionários, entre comandantes, copilotos e comissários, devido à crise econômica provocada pelo novo coronavírus. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), o corte equivale a 38% da equipe. 

A Latam havia proposto aos profissionais uma redução permanente nos salários – oferta que foi rejeitada por quase 90% dos tripulantes. O sindicato defendia uma nova proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que estabelecia uma redução temporária dos salários, como os acordos que foram feitos com outras empresas do setor aéreo. Porém, os trabalhadores também rejeitaram essa proposta, uma vez que está claro que a redução temporária de jornada e de salários no cenário econômico atual, agravado pela pandemia, é apenas um pretexto para a colocar em prática um novo modelo de remuneração, que prevê a redução permanente dos salários.  

No início de agosto, os trabalhadores chegaram a realizar uma manifestação no aeroporto de Guarulhos-SP, em que reivindicavam um programa de licença não remunerada durante o período da pandemia. Mas não foram atendidos. A empresa abriu um Plano de Demissão Voluntária (PDV), de acordo com a convenção coletiva da categoria, e 345 funcionários aderiram ao programa. As demissões começaram a ser feitas em seguida, pela internet. 

A crise, criada pelos rentistas e agravada pela pandemia, não deve ser paga pela classe trabalhadora com retirada de direitos e redução de salários. A pandemia, que deveria ter como resposta a proteção dos trabalhadores, está servindo de pretexto para que as grandes corporações aprofundem os ataques aos trabalhadores a fim de preservar seus lucros. 
 


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